Tatuagem "não ressuscite" deixa médicos em dúvida em Miami
Do UOL, em São Paulo
03/12/2017 16h02
Médicos de Miami, nos Estados Unidos, passaram por um conflito ético na última semana. Um homem de 70 anos, diabético e com problemas cardíacos e pulmonares, foi levado insconsciente por socorristas para um hospital da cidade da Flórida com uma tatuagem que dizia "não ressucite". Após avaliação de um conselho de ética, a mensagem registrada na pele foi acatada e ele morreu.
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O caso foi publicado no "The New England Journal of Medicine" na última quinta-feira (3) e contou sobre a dúvida da equipe da unidade de terapia intensiva do local. Antes de a decisão ser tomada, o paciente foi tratado com antibióticos, recebeu fluido por via intravenosa e foi mantido respirando.
"Inicialmente decidimos não honrar a tatuagem, invocando o princípio de não escolher um caminho irreversível, a morte, diante de incerteza. Esta decisão nos deixou conflituosos devido ao esforço extraordinário do paciente para tornar conhecida a sua diretiva antecipada de vontade", diz a publicação.
Como ele não apresentou identificação ou quaisquer documentos, o departamento social foi chamado para ajudar a contatar familiares. A fotografia da tatuagem entrou para o registro médico do paciente para documentar o seu desejo.
Em entrevista ao "The Whashington Post" de sexta-feira (1), Gregory Holt, um dos médicos que atendeu o caso, disse que o homem morava em uma casa de repouso, mas foi encontrado embriagado e inconsciente na rua e levado para o hospital.
"Nós tínhamos um homem que não podia falar", disse Holt ao jornal americano. "E eu realmente queria falar com ele para ver se essa tatuagem refletia o seu seu desejo."