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Famosas falam sobre Waack: "Não podemos mais tolerar o racismo"

A cantora Iza e a modelo e apresentadora Pathy de Jesus Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Amanda Serra

Do UOL, em São Paulo

09/11/2017 18h46

Negras e representantes da nova geração, a cantora e compositora Iza e a modelo e apresentadora Pathy Dejesus falaram ao UOL sobre a relevância da representatividade na sociedade, moda e beleza, além de comentarem, como fez também Juliana Alves, o caso de racismo envolvendo o jornalista da Rede Globo, William Waack -- durante uma transmissão, ele teria usado a expressão ‘isso é coisa de preto’ ao reclamar do barulho de uma buzina.

“Temos que nos enxergar nas capas de revista, na TV, nos brinquedos que compramos... Isso importa sim. É importante mostrarmos para outras meninas que existem oportunidades. Ainda são poucas, mas estamos lutando por mais”, afirmou a cantora logo após o desfile da coleção Paula Raia para Riachuelo, que botou na passarela um casting de modelos marcado pela diversidade. O evento ocorreu nesta quinta-feira (9), em São Paulo.

Pathy relembrou como era ruim ir a lojas e nunca se ver representada nos brinquedos, acessórios e roupas. “Aos 18 anos, viajei pra fora e as primeiras coisas que comprei foram uma boneca negra e maquiagem para a minha cor de pele. Tenho uma coleção de bonecas negras porque eu não tive na minha infância.”

Já Juliana Alves usou seu Instagram para fazer a crítica ao jornalista. "Coisa de preto é... ouvir, sentir, enxergar, enfrentar e superar o racismo. Coisa de racista é... crime! Esta é a realidade. Que muitos dissimulam pra não ter que mudar. Não toleramos mais aquele fingimento de quem diz que não sabe. Não toleramos mais piadas e nem racismo sem querer! Já chega. O racismo da piadinha é o mesmo que mata jovens negros reunidos num carro, que acusa de roubo a cliente negra da loja, que exclui dos espaços, que oprimi, que fere. Vem do mesmo preconceito. Nunca foi mimimi. Respeite nossa luta", escreveu a atriz. 

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Além da carreira musical, Iza revelou que pediu para um artista plástico produzir bonecas suas. “Depois que fiz o pedido, me toquei que isso é porque eu também não tinha referências quando era criança.”

“As pessoas podem falar: ‘ah, mas isso é supérfluo’. Então, a gente vai mais fundo, como uma capa de revista, em que você se olha e se enxerga, a campanha de uma loja bacana. Hoje, gasto uma fortuna com uma marca gringa porque eu me vejo nessa marca. Onde eu me vejo, eu consumo”, ressaltou Pathy.

“Damos mais atenção para essas marcas que estão com o discurso certo e que estão ligadas que é importante passar essas mensagens [representatividade e diversidade]”, completou Iza, que atualmente é garota propaganda da Avon.

#NãoPassarão

A cantora comentou sobre a importância de empresas e marcas se posicionarem contra o preconceito no Brasil, citando o caso do jornalista William Waack. “É preciso tomar atitudes como a que a Globo tomou. A gente não pode mais dar espaço e tolerância ao racismo, homofobia, seja qual for o preconceito.”

Seguindo a premissa de que preconceituosos não passarão, Pathy reforçou o debate. “A gente respira um pouquinho acontece uma parada como a de ontem [Waack]. Aí, você precisa voltar outra vez com o discurso. Tem gente que fala que é ‘mimimi’, mas atos como esse [racismo] não são ‘mimimi’”, concluiu.

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