Ícone do verão, o chinelo pode ser usado fora das praias, mas é preciso bom senso
Fernanda Schimidt
Do UOL, no Rio de Janeiro
26/05/2012 14h10
Acessório indispensável no verão e produto brasileiro de exportação, o chinelo costuma provocar narizes torcidos em ambientes tidos como mais refinados ou em cidades distantes do litoral. Mas não é por isso que a peça deve ficar restrita apenas à orla e seus calçadões.
“É o sapato mais informal do mundo. Combina com bermuda, praia, café ou bar. Mas não é para um restaurante chique, nem para o escritório ou uma reunião”, afirma a consultora de moda Gloria Kalil.
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Lula Rodrigues, jornalistaAdepto dos chinelos, inclusive para ir trabalhar, o jornalista Jorge Wakabara não vê restrições para a peça e acredita nas combinações mais formais, apostando no estilo “tropical chique”. “Usado com calça, o chinelo não passa tanta informalidade. Vejo como estiloso, não largado”, diz ele, editor-chefe do site Lilian Pacce. Aqui, é necessário ressaltar que ao falar de “chinelos” estão sendo levados em conta apenas os de dedo - os demais são “proibidos” pelos especialistas em moda.
Wakabara também leva em consideração os fatores atmosféricos para defender a peça. “Estou num clima tropical e me recuso a ter de usar um sapato fechado de couro”, diz. Seu argumento é compartilhado pela cantora Mallu Magalhães. “O chinelo pode ser usado em qualquer situação. Ficar com calor no pé é que não é legal”, afirma ela, que aponta uma única restrição, de caráter muito mais prático: “quando machuca o pé”.
Mesmo crescendo em Curitiba, onde as temperaturas são mais amenas do que em outras regiões do Brasil, a atriz Adriana Birolli afirma nunca ter tido preconceito com o acessório. Mas o deixa de lado com trajes formais. “Deve ser evitado apenas quando há uma limitação estabelecida”, diz.
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Jorge Wakabara, jornalistaO jornalista de moda Lula Rodrigues acredita que respeitar esses códigos de vestimenta (ou “dress codes”, como costuma-se dizer, no inglês) é fundamental, seja em uma empresa ou num restaurante. “Sempre dentro dos limites da educação e da boa postura”, diz.
Wakabara reconhece que os meios por onde circula, como um profissional no ramo da moda, acabam sendo mais tolerantes. “Se eu fosse um jornalista político, por exemplo, não poderia entrar no Palácio da Alvorada”, afirma.
Muitos restaurantes e casas noturnas costumam deixar claro qual é a sua política em relação ao vestuário - procure por placas na entrada do estabelecimento e evite a saia-justa de ser barrado. “Costumo dizer para nunca arriscar. Se não sabe qual é a do ambiente, vá pronto para o formal”, ensina Rodrigues.