Figurinista de "New York New York" fala sobre as roupas do musical
JULIA GUGLIELMETTI
Colaboração para o UOL
13/04/2011 14h39
O musical "New York New York" estreia nesta quinta-feira (14), no Teatro Bradesco, em São Paulo. O espetáculo é a primeira adaptação para teatro do filme de Martin Scorcese e do livro de Earl Mac Rauch, de mesmo nome.
O projeto idealizado pelo Maestro Fábio Gomes de Oliveira e pelo diretor José Possi Neto conta a história de amor entre uma cantora e um saxofonista, ambientada nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. O elenco conta com 54 artistas, incluindo cantores, atores e bailarinos e é protagonizado por Alessandra Maestrini, no papel de Francine Evans e Juan Alba, como Johnny Boyle.
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Evocando o período pós-guerra da segunda metade dos anos 1940, o figurino de Miko Hashimoto inspira uma época em que os acessórios ganhavam um notável destaque e os filmes noir hollywoodianos ditavam moda. “A história do musical se passa no final de 1945 e vai até os anos 1950. Neste período, havia pouco material para as mulheres se vestirem e havia então, uma grande evolução na parte de acessórios, tanto em chapéus, luvas e sapatos, quanto em bijouterias”, disse Miko Hashimoto em entrevista ao UOL Estilo.
A intenção da figurinista era agregar ainda mais acessórios, principalmente chapéus, mas a dinâmica do musical não permitiu. “O elenco dança muito e faz muitas piruetas, não havia como”, contou Miko. Os vestidos valorizam a forma feminina e têm comprimento sempre na altura ou abaixo do joelho. “Apesar de todo o problema que a guerra ocasionou e com a grande restrição de produção de vestuário, havia estilistas maravilhosos no período, como Dior e Balenciaga. Foram tempos em que a modelagem teve grande desenvolvimento e houve grande valorização da forma feminina”.
A personagem principal, Francine Evans, ganhou um figurino especialmente confeccionado pelo Atelier Chris Daud para Claudeteedeca. Os sapatos femininos foram adaptações de modelos da Masqué e os masculino, da CNS.
“Os modelos foram desenhados por nós em conjunto [com o Atelier Chris Daud para Claudeteedeca] e não se sabe se estarão à venda”, disse a figurinista Miko Hashimoto. “Para os sapatos femininos, fizemos uma parceria com a Masqué, adaptamos alguns modelos da marca para o palco, mudamos as cores, os saltos, as plataformas e alguns materiais”.
A designer da marca, Adriana Pedroso, disse que foram adaptados cinco modelos de sapatos e ainda criado mais dois exclusivos para a personagem Carmem Miranda. “Como os sapatos Masqué já possuem uma estética mais próxima do retrô, nos preocupamos principalmente em adequar a estrutura dos modelos de nossa coleção de inverno às necessidades do elenco”, disse ela.
Ainda não há planos de produzir as adaptações exclusivas dos sapatos do espetáculo, mas a coleção que deu origem está nas lojas.