D&G é acusada de racismo e cancela desfile na China
Da ANSA
21/11/2018 14h17
A grife italiana Dolce & Gabbana cancelou um desfile previsto para esta quarta-feira (21) em Pudong, distrito de Xangai, na China, depois de ter sido acusada de racismo e sexismo.
A marca publicou no último sábado (17), na plataforma Weibo, espécie de Twitter chinês, uma série de três vídeos promocionais com as hashtags "DGLovesChina" e "DGTheGreatShow" para anunciar o desfile, que exibiria a nova coleção "ready to wear" ("pronta para vestir") da casa de moda.
Veja também
- Por que algumas marcas estão optando por influenciadores artificiais
- Internautas pedem "Dia da Consciência Humana" no Dia da Consciência Negra
- Logomania: Bruna Marquezine usa look de R$ 13 mil para noitada em Portugal
Nos vídeos, uma jovem chinesa come pratos típicos da culinária italiana com os tradicionais hashi, enquanto uma voz masculina de fundo dá conselhos frente a suas tentativas frustradas de usar os pauzinhos.
A Dolce & Gabbana foi acusada de racismo ao escolher uma modelo de olhos puxados para fazer um "uso estereotipado" dos chineses e de sexismo no momento em que a mulher tenta comer um cannolo siciliano. "É grande demais para você?", pergunta a voz masculina em tom irônico.
A revista chinesa "Caixin" disse que a maison italiana "procurou problemas sozinha", e o jornal de moda "JingDaily" afirmou que a hashtag "Boicote Dolce" foi utilizada mais de 18 mil vezes no Weibo. Os comentários negativos impulsionaram a retirada dos vídeos da rede social.
O mercado de luxo chinês vale mais de 500 bilhões de yuans (US$ 72 bilhões) anualmente, o que equivale a quase um terço do faturamento global do setor, segundo relatório de 2017 da consultoria McKinsey. A D&G conta com 25 pontos de venda na China.
Já nesta quarta-feira (21), o Instagram da Dolce & Gabbana publicou uma nota dizendo que foi hackeado, assim como a conta do próprio Stefano Gabbana. "Nossos advogados estão investigando. Sentimos muito por qualquer problema causado por posts desautorizados. Temos somente respeito pela China e pelo povo chinês", diz a nota.