ONU: falta muito para conscientizar líderes mundiais sobre desertificação
Santo Domingo, 19 jun (EFE).- A luta contra a desertificação exige que os líderes mundiais estejam verdadeiramente conscientizados, mas "ainda há um longo caminho a percorrer" neste esforço, diz o coordenador para a América Latina e o Caribe da Convenção das Nações Unidas de combate à Desertificação, Sergio Zelaya.
Este longo caminho envolve não apenas os líderes dos países, mas também "os que fazem as leis, os Parlamentos", que em muitos casos permitem a existência de marcos legais que "favorecem a degradação das terras", acrescentou Zelaya.
O representante das Nações Unidas, que está em Santo Domingo para participar do 5º Fórum entre América Latina, Caribe e África para a luta contra a Desertificação, analisou o panorama atual da degradação dos solos, um problema que atinge 1,2 bilhão de habitantes.
Dois terços destas pessoas estão nas listas dos mais pobres do planeta, por isto "combater o problema da desertificação é combater o problema da pobreza" de países como Haiti ou de territórios subsaarianos, explicou Zelaya.
Com um comércio de produtos florestais que há dez anos movimentava US$ 90 bilhões, as contribuições à luta contra a desertificação ficaram em US$ 250 milhões por quatro anos, afirmou o especialista, que reivindicou "uma maior alocação de recursos" para empregar na luta contra este problema.
Ao mesmo tempo, Zelaya disse que são necessários mecanismos inovadores e uma cooperação internacional sustentável dos países subdesenvolvidos afetados que permitam administrar de forma eficiente os poucos recursos disponíveis.
Na opinião do representante da ONU, até pouco tempo o problema da desertificação não era prioritário para os países desenvolvidos, pois não se viam diretamente afetados, embora hoje "haja impactos visíveis, como o das migrações".
"Quando há um problema de degradação da terra, as pessoas têm que comer e então emigram", como no caso das migrações do México e da América Central em direção aos Estados Unidos e da África Subsaariana em direção a Espanha, Itália e Portugal, afirmou.
O especialista destacou o estreito vínculo existente entre a pobreza e a degradação da terra e afirmou que quando as duas circunstâncias acontecem, "possivelmente também acontecem os movimentos migratórios".
Outro fator que fez a percepção deste fenômeno mudar nos países desenvolvidos é o fato de muitos deles também terem sido afetados pela desertificação. É o caso da Itália e da Espanha, país que receberá em setembro a 8ª Conferência das Partes (COP-8).
No evento, que acontecerá em Madri, estarão reunidos representantes dos 191 países signatários da Convenção das Nações Unidas contra a Desertificação e a Seca.
Na opinião de Zelaya, a reunião - na qual o programa de trabalho da Convenção para os próximos dez anos será estabelecido - será importante porque os negociadores da África, da Ásia e da América Latina estarão "melhor preparados para defender, propor e apoiar assuntos de seu próprio interesse", do que quando o organismo foi criado em 1994.
São esperados maior alocação de recursos materiais e financeiros para a Convenção, e melhor articulação de políticas, programas e medidas de ação local como resultado da Conferência das Partes de Madri.
Este longo caminho envolve não apenas os líderes dos países, mas também "os que fazem as leis, os Parlamentos", que em muitos casos permitem a existência de marcos legais que "favorecem a degradação das terras", acrescentou Zelaya.
O representante das Nações Unidas, que está em Santo Domingo para participar do 5º Fórum entre América Latina, Caribe e África para a luta contra a Desertificação, analisou o panorama atual da degradação dos solos, um problema que atinge 1,2 bilhão de habitantes.
Dois terços destas pessoas estão nas listas dos mais pobres do planeta, por isto "combater o problema da desertificação é combater o problema da pobreza" de países como Haiti ou de territórios subsaarianos, explicou Zelaya.
Com um comércio de produtos florestais que há dez anos movimentava US$ 90 bilhões, as contribuições à luta contra a desertificação ficaram em US$ 250 milhões por quatro anos, afirmou o especialista, que reivindicou "uma maior alocação de recursos" para empregar na luta contra este problema.
Ao mesmo tempo, Zelaya disse que são necessários mecanismos inovadores e uma cooperação internacional sustentável dos países subdesenvolvidos afetados que permitam administrar de forma eficiente os poucos recursos disponíveis.
Na opinião do representante da ONU, até pouco tempo o problema da desertificação não era prioritário para os países desenvolvidos, pois não se viam diretamente afetados, embora hoje "haja impactos visíveis, como o das migrações".
"Quando há um problema de degradação da terra, as pessoas têm que comer e então emigram", como no caso das migrações do México e da América Central em direção aos Estados Unidos e da África Subsaariana em direção a Espanha, Itália e Portugal, afirmou.
O especialista destacou o estreito vínculo existente entre a pobreza e a degradação da terra e afirmou que quando as duas circunstâncias acontecem, "possivelmente também acontecem os movimentos migratórios".
Outro fator que fez a percepção deste fenômeno mudar nos países desenvolvidos é o fato de muitos deles também terem sido afetados pela desertificação. É o caso da Itália e da Espanha, país que receberá em setembro a 8ª Conferência das Partes (COP-8).
No evento, que acontecerá em Madri, estarão reunidos representantes dos 191 países signatários da Convenção das Nações Unidas contra a Desertificação e a Seca.
Na opinião de Zelaya, a reunião - na qual o programa de trabalho da Convenção para os próximos dez anos será estabelecido - será importante porque os negociadores da África, da Ásia e da América Latina estarão "melhor preparados para defender, propor e apoiar assuntos de seu próprio interesse", do que quando o organismo foi criado em 1994.
São esperados maior alocação de recursos materiais e financeiros para a Convenção, e melhor articulação de políticas, programas e medidas de ação local como resultado da Conferência das Partes de Madri.