Honor, a bem-sucedida marca 'low-cost' da Huawei focada nos jovens do Ocidente
Gigante asiático da tecnologia tem um 'irmão mais novo' com planos ambiciosos de expansão.
O nome Huawei não é tão fácil de pronunciar, mas esta empresa chinesa está dando o que falar nos últimos dias. A prisão de sua diretora financeira no Canadá, a pedido dos EUA, e as acusações anteriores de espionagem feita pelo governo americano renderam à companhia cobertura na imprensa internacional.
Mas a gigante da tecnologia asiática tem uma "irmã mais nova" menos polêmica, que também se dedica à telefonia móvel e cujo nome não é tão conhecido.
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É a Honor, uma marca especializada em telefones celulares, outros dispositivos eletrônicos e tecnologia "usável" (relógios ou pulseiras inteligentes) - mas com uma característica especial: é de baixo custo e seu público-alvo é o do Ocidente.
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Na semana passada, ela protagonizou um lançamento importante: o View20, primeiro smartphone do mundo com câmera embutida na tela, que chegou na frente do homólogo da Samsung (A8s) por apenas algumas horas.
A Honor está, no entanto, há vários anos no mercado.
O que se sabe sobre a marca de celulares de baixo custo da Huawei e como ela cresceu tanto?
Expansão internacional
Com sede em Shenzhen, polo tecnológico chinês, a Honor foi fundada em 2013 e começou sua expansão internacional logo depois, em 2014.
Em abril daquele ano, a empresa lançou o modelo Honor 3C na Malásia e, em outubro, voltou sua atenção para a Europa, apresentando o Honor 6 - um celular leve e compacto com câmera dupla - na Alemanha. O preço era muito competitivo: pouco mais de US$ 350.
No primeiro semestre de 2015, a companhia vendeu 20 milhões de unidades do dispositivo em todo o mundo, quantidade que equivale ao que foi vendido no ano anterior, segundo um relatório do site de tecnologia IDG News.
George Zhao, presidente da Honor, declarou que a meta para esse ano era vender seis milhões de celulares no mercado externo - e que esperava alcançar 40 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.
Em junho de 2015, a marca expandiu para 74 países, incluindo grandes mercados emergentes, como a Índia e o Japão. Foi o ano em que o modelo Honor 7, um sucesso de vendas, foi lançado.
Em janeiro de 2016, a empresa apresentou o Honor 5X durante a Consumer Electronics Show (CES), feira de eletrônicos mais importante do mundo, nos Estados Unidos.
Atualmente, a marca também vende para vários países da Europa, do Oriente Médio, da Ásia, da África (somente na África do Sul) e da América Latina (na Colômbia e no México).
Em agosto do mesmo ano, a Honor alcançou a marca de 60 milhões de produtos vendidos, de acordo com um relatório da Recode, gerando receitas de mais de US$ 8,4 bilhões.
E a empresa lançou dois modelos novos também em 2016: o emblemático Honor 8 e o Honor Magic, que possui inteligência artificial.
Em 2017, a companhia apresentou o Honor 6X, que já estava sendo vendido na China, para 13 novos mercados, incluindo os Estados Unidos. O smartphone foi apontado como o melhor da feira CES por diversas publicações de tecnologia.
Foi então que chegou o Honor 9, atingindo a marca de um milhão de unidades enviadas no primeiro mês.
Foco nos jovens
Uma das principais estratégias da Honor, além de abraçar o mercado ocidental, é a venda de produtos a preços baixos. Uma operação quase exclusivamente online permite isso.
A empresa vende principalmente pelo site Hihonor.com, seu principal meio de distribuição desde 2016, embora os produtos da marca possam ser encontrados em algumas lojas.
E espera continuar crescendo usando esse modelo de negócio. Só na Espanha, espera expandir em 500% durante 2018, segundo informou George Zhao ao site Business Insider recentemente.
"Em três anos, queremos estar no top 4 do mundo e, em cinco anos, no top 3", afirmou Michael Pan, presidente da Honor na Europa, em outubro.
Ele também deu a entender que a companhia espera colocar os pés em mais países da América Latina em breve. "Somos ambiciosos, sem limites."
O que pesa contra a Huawei
Meng Wanzhou, chefe de operações financeiras da Huawei, foi presa no dia 1° de dezembro no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, sob a acusação de infringir sanções econômicas impostas pelo governo americano ao Irã - o que ela nega.
Além disso, a empresa tem sido alvo de boicote em vários países ocidentais, como Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia, que estão restringindo o uso da sua tecnologia de infraestrutura de telecomunicação.
O receio destes países é de que o governo chinês tenha acesso à rede móvel de quinta geração (5G) e a outras redes de comunicação da Huawei para ampliar sua capacidade de espionagem, o que poderia colocar em risco a segurança nacional de terceiros.
A Huawei nega, por sua vez, as acusações e insiste que é uma empresa privada, não havendo controle do governo chinês sobre suas operações.
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