Imposto sobre carbono, o mais eficaz para lutar contra a poluição
Washington, 3 Mai 2019 (AFP) - O imposto sobre o carbono, fixado em cerca de US$ 70 por tonelada de CO2 emitido, é o instrumento mais eficaz para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório publicado nesta sexta-feira.
O acordo de Paris, adotado em dezembro de 2015 por quase 200 países, procura limitar o aumento das temperaturas globais a 2°C em comparação à era pré-industrial.
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"A meta de 2° C exigiria a redução das emissões de carbono em um terço até 2030 e um imposto mundial de emissões de cerca de 70 dólares por tonelada", escreveu Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, em um texto comum com Vitor Gaspar, responsável pelos assuntos orçamentários do Fundo.
Segundo eles, há "um consenso cada vez mais amplo" sobre o fato de que o imposto sobre o carbono, destinado a reduzir os combustíveis fósseis e suas emissões poluentes, é "o instrumento de mitigação mais eficaz".
Essa taxa permite reduzir o consumo de energia, mobilizar financiamento privado e promover o uso de energias mais limpas, segundo o FMI.
"Também oferece mais receitas necessárias", diz a agência, ressaltando que o dinheiro pode ser usado para reorientar as finanças públicas para apoiar um crescimento sustentável compartilhado pelo maior número de países.
Em seu relatório, o FMI indica que na China, o país mais poluidor do planeta, na Índia e na África do Sul, uma taxa de carbono de apenas 35 dólares reduziria as emissões de gases do efeito estufa em 30%, já que esses estados recorrem intensivamente ao carvão, uma energia muito pouco limpa.
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