Novo celular da Huawei usa mais componentes e chip de memória fabricados na China

Por David Kirton e Brenda Goh

SHENZHEN/XANGAI (Reuters) - O mais recente telefone da Huawei conta com mais fornecedores chineses, incluindo um novo chip de armazenamento de memória flash e um processador aprimorado, apontando para o progresso que a China está conseguindo obter em direção à autossuficiência tecnológica.

A empresa de manutenção de dispositivos eletrônicos iFixit e a consultoria TechSearch International examinaram o interior do Pura 70 Pro da Huawei Technologies para a Reuters, encontrando um chip de memória NAND que, segundo eles, provavelmente foi embalado pela unidade interna de chips da fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações HiSilicon, e vários outros componentes feitos por fornecedores chineses.

A volta da Huawei ao mercado de smartphones de ponta após quatro anos de sanções dos Estados Unidos está sendo amplamente observada tanto pelos rivais quanto por políticos norte-americanos, que tentam minar o desenvolvimento do país asiático sob pretextos de segurança nacional.

As empresas também descobriram que os celulares Pura 70 funcionam com um chipset avançado fabricado pela Huawei, chamado Kirin 9010, que provavelmente é apenas uma versão ligeiramente melhorada do chip fabricado na China e usado na série Mate 60 da empresa.

"Embora não possamos fornecer uma porcentagem exata, diríamos que o uso de componentes domésticos é alto, e definitivamente maior do que no Mate 60", disse Shahram Mokhtari, técnico líder de desmontagem da iFixit.

"Trata-se de autossuficiência, tudo isso, tudo o que você vê quando abre um smartphone e vê o que quer que seja feito por fabricantes chineses, trata-se de autossuficiência", disse Mokhtari.

A Huawei não comentou o assunto. A companhia lançou os quatro modelos de smartphones da série Pura 70 no final de abril e os aparelhos se esgotaram rapidamente. Analistas afirmam que a Huawei provavelmente conquistará mais participação no mercado da Apple, enquanto os formuladores de políticas em Washington questionam a eficácia das restrições impostas pelos EUA à gigante dos equipamentos de telecomunicações.

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