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Como radar cardíaco poderá prever a morte com 4 dias de antecedência

Por enquanto, o projeto de pesquisa está focado na observação médica de bebês recém-nascidos ou prematuros Imagem: DW

Alexander Freund

De Tilt

04/02/2024 04h00

A ideia do professor Alexander Kölpin, da Universidade de Tecnologia de Hamburgo, impressiona por sua simplicidade: se radares podem ser utilizados para localizar navios, calcular altitudes de voo e identificar infratores nas estradas, tal tecnologia sem fio também pode ser aplicada na medicina.

Segundo Köplin, sensores tem um grande potencial de tornar os exames médicos mais confortáveis, seguros e eficientes.

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No Instituto de Tecnologia de Radiofrequência, ele e sua equipe desenvolveram sistemas de radar para o monitoramento médico de paciente. Esses sensores analisam, continuamente e sem a necessidade de cabos, os batimentos cardíacos e a respiração dos pacientes.

Tecnologia sem fio para medir sinais vitais

Com o eletrocardiograma clássico, o ECG, os batimentos cardíacos são medidos com a ajuda de eletrodos e cabos que conectam os pacientes aos dispositivos de medição. Já na tecnologia de radar, o monitoramento é feito sem encostar no paciente e à distância.

Através de roupas, lençóis e até colchões, o sensor desenvolvido por Kölpin pode capturar dados cardíacos e respiratórios e transmiti-los ao equipamento de monitoramento.

"Nossos sensores emitem ondas eletromagnéticas, que são refletidas pelo corpo. Na prática, funciona assim: o sangue bombeado pelo coração viaja pelos vasos sanguíneos na forma de uma onda de pulso, que se manifesta na superfície do corpo na forma de uma vibração. Isso pode ser medido por meio de sensores, para determinar vários aspectos médicos do sistema cardiovascular", explicou o professor.

Medição de alta precisão

A pequena e discreta caixa fica pendurada debaixo da cama. Quando o sangue é bombeado pelas veias, a superfície da pele se eleva minimamente - o suficiente para que também possamos medir os batimentos cardíacos com um simples dedo no pulso.

Essa elevação mínima da superfície da pele pode ser detectada à distância pelo novo dispositivo. Os sensores são tão precisos que podem calcular com exatidão a frequência cardíaca, o esforço cardíaco e a velocidade da onda de pulso - algo que pode então ser usado para detectar um endurecimento das artérias e, portanto, o risco de ataque cardíaco.

Se o coração porventura parar de bater regularmente ou se houver distúrbios no ritmo, o novo dispositivo irá soar um alarme. Com isso, eventuais medidas de salvamento podem ser iniciadas muito mais cedo.

Detecção de epilepsia em recém-nascidos

Por enquanto, o projeto de pesquisa está focado na observação médica de bebês recém-nascidos ou prematuros.

Acredita-se que a epilepsia não diagnosticada seja responsável por até 20% de todos os casos de morte súbita de bebês. O problema é que tais crises geralmente não são diagnosticadas em recém-nascidos porque eles ainda não apresentam espasmos motores.

Graças à medição sem fio propiciada pelos sensores, bebês podem ser monitorados continuamente e sem limitações. Desta forma, um ataque pode ser identificado e tratado a tempo.

Uso em pacientes com covid-19

Segundo Kölpin, a tecnologia também pode ser útil em infecções virais, como a covid-19, por exemplo. Junto à atividade cardiovascular e respiratória, também pode ser medida a temperatura sem a necessidade de cabos e, dessa forma, ser feita a verificação de parâmetros importantes para avaliar o estado de saúde no contexto de uma possível infecção pelo coronavírus.

A possibilidade de examinar pacientes infectados sem nenhum contato também reduziria o risco de infecção para a equipe médica.

Previsão da morte com antecedência

Até o momento, o novo radar cardíaco só foi utilizado na unidade de tratamento paliativo da Maternidade de Erlangen, onde ficam, portanto, os pacientes em estado terminal.

No futuro, o novo radar cardíaco poderia detectar a chegada da morte cerca de quatro dias antes. Pacientes e familiares poderiam, então, saber quando é a hora de se despedir.

*Com matéria publicada em 17/02/2021

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