WhatsApp processa empresa que invade app com ligação para a vítima
De Tilt, em São Paulo
29/10/2019 18h33
O WhatsApp processou nesta terça-feira (29) a companhia de segurança cibernética NSO Group. O aplicativo acusa a empresa israelense de envolvimento ativo em ataques de hackers aos usuários da plataforma de troca de mensagens.
Em maio, o próprio WhatsApp descobriu um ataque hacker programado, em tese, para afetar um pequeno número de usuários. O objetivo era vigiar remotamente os celulares-alvo por meio da câmera e do microfone do celular. Para entrar no WhatsApp, o vírus usava uma vulnerabilidade na função de chamada de voz.
Quando a falha foi revelada, o NSO Group afirmou que não estava envolvido no uso direto de seu software e apenas o forneceu a governos. Em artigo publicado no Washington Post, Will Cathcart, chefe do WhatsApp, disse ter evidências do envolvimento da empresa israelense no incidente.
"Agora, estamos tentando responsabilizar a NSO de acordo com as leis estaduais e federais americanas, incluindo a Lei de Abuso e Abuso de Computador dos EUA", afirmou.
No processo, segundo o New York Times, o WhatsApp explicou que detectou a localização das vítimas afetadas pelas ferramentas da NSO a partir do código telefônico regional. Segundo a empresa, pessoas do Bahrein, Emirados Árabes Unidos e México foram afetadas. Os usuários serão informados do ocorrido por meio de mensagens.
O WhatsApp também diz que o programa da NSO foi usado para espionar 1.400 alvos em 20 países. Entre eles estavam 100 jornalistas e ativistas de direitos humanos.