Fim do bom e barato? Celulares da Xiaomi deverão ficar mais caros
Gabriel Francisco Ribeiro
Do UOL, em São Paulo
09/03/2019 14h42
Famosa por ter smartphones com um bom custo-benefício que atraem fãs fiéis, a Xiaomi pode ver sua principal característica ir embora em breve. Isso porque os celulares da marca chinesa, que recentemente iniciou uma nova tentativa de operação no Brasil, deverão ficar mais caros em breve.
Quem afirmou isso é o próprio executivo-chefe da empresa e cofundador, Lei Jun, de acordo com um vídeo traduzido pelo site TechNode e replicado pelo Android Authority.
"Nós queremos acabar com essa reputação que nossos celulares custam menos de 2.000 yuan (US$ 298, ou cerca de R$ 1.210 na cotação sem impostos). Queremos investir mais e fazer produtos melhores", afirmou o CEO.
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Falei internamente que esta deve ser a última vez que nosso preço estará abaixo dos 3.000 yuan (US$ 447, ou cerca de R$ 1.820). No futuro nossos celulares vão ficar mais caros - não muito, mas um pouco mais caros
Em sua fala, o executivo provavelmente se referiu ao top de linha lançado recentemente Xiaomi Mi 9, que tem preço iniciado em 2.999 yuan para o modelo com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Esse preço já é um pouco superior em relação ao Xiaomi Mi 8, que começou em 2.700 yuan.
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O preço dos tops de linha da empresa é o que mais atrai consumidores, já que está distante dos cerca de US$ 1.000 dos principais aparelhos de Samsung e Apple, por exemplo, como o iPhone XS, o Galayx Note 9 o Galaxy S10.
Pela metade do valor, a companhia chinesa consegue oferecer tops de linha equipados com uma série de características que acabam não devendo muito a fabricantes mais famosas. E é isso que pode mudar.
No primeiro semestre do ano passado, a Xiaomi se comprometeu a manter uma margem de lucro de 5%, mas há dúvidas sobre a capacidade da empresa conseguir isso. Ao menos a frase de Jun sobre "fazer produtos melhores" significa que os consumidores vão ganhar dispositivos mais robustos junto ao aumento do preço;