De boas? Uber diz que pode ser lucrativo, mas apenas não quer ser
Márcio Padrão
Do UOL, em São Paulo
15/02/2018 12h40
Você tá preocupado em pagar as contas do mês? Se estiver, lembre-se apenas que o presidente da Uber, Dara Khosrowshahi, disse na Conferência Goldman Sachs Tecnologia e Internet em San Francisco, nesta quarta-feira (15), que simplesmente não liga para dinheiro.
Quer dizer, ele não disse exatamente isso. Mas ele afirmou que a empresa poderia "virar os botões" para ser lucrativa se quisesse, mas simplesmente não quis fazê-lo.
A Uber teve receita de US$ 7,5 bilhões (R$ 25,2 bilhões) no ano passado mas perdeu US$ 4,5 bilhões no mesmo período. Veja, são R$ 15,1 bilhões, mais dinheiro do que você jamais sonhou em ter.
Veja também
VEJA TAMBÉM:
- SP confirma mudança nas regras para Uber e afins
- Estudo tenta dizer por que mulheres ganham menos na Uber
O ano de 2017 foi particularmente tenso para a Uber, que levou porrada de todos os lados: denúncias de assédio que resultaram até na saída do antigo CEO, Travis Kalanick, novas tentativas de leis de regulação no Brasil e até vazamentos de dados de usuários do mundo todo.
Segundo o portal "TechCrunch", Khosrowshahi explicou que, se a Uber se tornasse uma empresa imediatamente lucrativa, "sacrificaria o crescimento e sacrificaria a inovação".
Ele disse que é o compromisso da Uber em "desenvolver" mercados que estão dando prejuízo à empresa, mas ele vê isso como um "investimento opcional" e a "coisa certa a fazer", alegando que a empresa não vai parar de investir na Ásia, onde enfrenta forte concorrência da chinesa Didi Chuxing, que comprou no ano passado o controle da brasileira 99.
Ele também falou de forma otimista sobre o impacto de carros autônomos. O CEO disse que hoje uma corrida custará cerca de US$ 2,50 (R$ 8,42) a milha, mas com um carro automatizado, essa mesma corrida custaria cerca de US$ 1 (R$ 3,37) por milha.
Por fim, o executivo afirmou que espera que a Uber fará com que as pessoas deixem de comprar carros. "O tráfego vai melhorar", profetiza. Se ele quiser continuar sonhando, tomara que as finanças da empresa também melhorem até lá.