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Facebook bloqueará páginas sobre Maomé para evitar desligamento na Turquia

Do UOL, em São Paulo

27/01/2015 10h58Atualizada em 17/07/2020 20h31

O Facebook vai bloquear páginas da rede que contenham ofensas ao profeta Maomé na Turquia. De acordo com a empresa, a ação foi tomada para evitar o desligamento da rede no país. A informação foi confirmada ao jornal "The New York Times" por um funcionário da rede social e pela TV estatal turca "TRT".

O pedido para bloqueio de páginas foi feito pelo governo no último domingo (25), por um promotor de Ancara, capital da Turquia.

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Em outras ocasiões, o governo turco, de orientação islâmica, cortou temporariamente o acesso ao Twitter e ao YouTube por razões políticas. Além disso, é comum o governo restringir alguns conteúdos, apesar das críticas do Ocidente de que as ações ferem a liberdade de expressão.

Embora o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, tenha participado do ato em solidariedade às vítimas do ataque ao "Charlie Hebdo", em Paris (França), ele voltou ao país com a promessa de tomar atitudes contra a publicação de conteúdos, como os publicados pelo jornal satírico francês.

Há duas semanas, promotores começaram a investigar o "Cumhuriyet", um jornal turco que republicou charges do jornal francês e ainda colocou em sua capa uma imagem do profeta Maomé.

O governo bloqueou o Twitter e o YouTube em março de 2014, após as plataformas terem sido usadas para publicar informações vazadas de altos funcionários da Turquia. Os conteúdos diziam respeito a ações militares na Síria e gravações que ligavam o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em um esquema de corrupção.

O bloqueio à rede social de 140 caracteres durou duas semanas, enquanto o YouTube levou dois meses para voltar às atividades.

Em um recente relatório, o Facebook mostrou que a Índia foi o país que mais fez requisições de bloqueios de conteúdos. Na primeira metade de 2014 foram registrados 5.000 pedidos. Na sequência, ficaram Turquia (1.900 pedidos) e Paquistão (mais de 1.700).

Durante recente visita à Colômbia, Mark Zuckerberg, diretor-executivo do Facebook, diz que é contra a censura, mas se esforça em cumprir as leis de cada país. "Se fizermos isso [quebrar bloqueios impostos localmente], estaríamos privando milhões de pessoas de se comunicar com amigos e familiares e, na medida do possível, se expressarem."

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