Conteúdo de Marca

Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para Tech Hour e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em Outubro de 2022

oferecido por Selo Publieditorial

Muita gente demorou para começar a fazer transações financeiras via internet. A resistência era compreensível porque duas coisas bem sensíveis estão envolvidas: uma nova tecnologia e dinheiro.

Hoje, a modalidade já está consolidada. Fazer compras, pagar boletos, realizar transferências...tudo se tornou muito simples quando comparado à época em que era necessário ir ao banco ou a um caixa eletrônico. O que dizer então do pix, sistema de pagamento instantâneo que se popularizou em pouco tempo?

Uma nova etapa nesta evolução, porém, está em andamento e promete trazer novos paradigmas. Entramos na era da descentralização financeira e de termos como open banking, blockchain e criptomoeda.

Se você sentiu frio na barriga, calma: muitas confusões e mitos a respeito desses conceitos não procedem, e com o tempo ficará mais fácil compreendê-los.

Assista ao episódio 2 do Tech Hour!

Open banking

Open banking, por exemplo, significa sistema financeiro aberto. É o processo de abertura e integração de plataformas e estruturas de bancos e fintechs (como são chamadas as startups da área financeira). Isso permite que clientes de produtos e serviços financeiros compartilhem suas informações e movimentem suas contas bancárias entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central.

Na prática, o controle sobre os dados dos clientes sai das mão dos bancos e passa para as deles próprios, o que permite um maior controle sobre as finanças.

Hoje, um cliente pode não conseguir um financiamento em condições atrativas porque a instituição não sabe que, em outro banco, ele tem um bom histórico. Essa barreira cai com o open banking e muda totalmente a dinâmica entre quem oferece o serviço e o consumidor.

É a democratização do acesso a dados, crédito e opções de pagamento, entre outras opções. Tudo, claro, se o cliente assim desejar: ele poderá optar por manter suas informações em uma única instituição.

Também não será mais necessário se perder entre vários aplicativos e senhas diferentes. As finanças (aplicações, serviços, transações) poderão ser acessadas e controladas por meio de um único app. E, diferentemente do que pode parecer, não se trata de algo com menos controle e segurança, mas o oposto: o open banking proporciona mais segurança, agilidade e conveniência.

Ao descentralizar o sistema, o open banking possibilita que um número muito maior de entidades, instituições e pessoas fiquem atentas a possíveis erros ou fraudes. Além disso, a circulação de dados se dá por meio da tecnologia API.

O recurso, já utilizado em aplicativos muito conhecidos, garante a padronização dessa circulação e que a transação ocorra dentro do previsto pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Ou seja, todo mundo ganha no quesito transparência. Mas há várias outras vantagens: com base nos dados dos clientes, as instituições terão uma margem muito maior para oferecer produtos, ofertas, tarifas mais baixas e condições mais vantajosas. Terão mais ferramentas à disposição para focar no consumidor, promover novos modelos de negócios e serviços, incluir segmentos da economia até então desassistidos e facilitar a portabilidade entre as instituições.

Por conta de sua complexidade, o Open Banking vem sendo implementado em etapas definidas pelo Banco Central. Atualmente, estamos na quarta e última fase, a da transição para o Open Finance. As instituições financeiras passaram a divulgar produtos e serviços e compartilhar entre si dados transacionais e produtos dos clientes.

Entre diversos outros avanços, também já foi implementada a opção de pagamentos via TED e transferência entre contas na mesma instituição, além do pagamento de boletos via open banking. A mais recente novidade é o pagamento com débito em conta via open banking, disponível desde o dia 30 de setembro.

A primeira inclusão do pix no open banking ocorreu na fase 3. Trata-se de um ótimo exemplo das facilidades que o sistema pode trazer no dia a dia: as empresas passaram a usar o pix para transações por meio de seus próprios aplicativos, ou seja, os usuários passaram a não precisar acessar o app do banco na hora de fazer uma compra.

Confira mais sobre cada fase clicando aqui.

Criptomoedas e blockchain

Outras tecnologias que estão "bombando" e também integram o contexto da descentralização financeira são criptomoedas e blockchain.

Criptomoedas são moedas totalmente digitais, usadas apenas na internet. Diferentemente das moedas "físicas", não são emitidas por governos. O bitcoin é a mais conhecida delas.

As criptomoedas são criadas em redes blockchain, avançados sistemas de criptografia que protegem as transações, informações e os dados de quem transaciona.

O blockchain é basicamente um banco de dados criptografado sob a forma de pedaços de códigos. Esses códigos contêm informações que estão conectadas, ou seja, são blocos que formam uma corrente. Daí vem seu nome: em português, "corrente de blocos".

A tecnologia tem tanto potencial que seu uso vai muito além das criptomoedas. O blockchain já está presente, ou vem sendo testado, em contratos, verificação de autenticidade de obras de arte, processamento de pagamentos internacionais, combate à fraude e gestão de cadeia de suprimentos, entre diversas outras aplicações.

Uma famosa empresa de streaming de áudio, por exemplo, adquiriu uma startup de blockchain para, com base em um banco de dados, aprimorar a conexão com os artistas.

A tecnologia também já foi utilizada por um aplicativo que permite aos consumidores acessarem informações sobre os produtos adquiridos e, caso seja necessário, obter assistência técnica.

O blockchain é igualmente um aliado do controle sobre a cadeia de suprimentos. Estão em uso soluções baseadas na tecnologia que possibilitam o registro compartilhado de propriedade e localização de produtos em tempo real. O mesmo procedimento ajuda a indústria de alimentos no rastreamento, por exemplo, de produtos que possam estar contaminados.

Já uma empresa britânica resolveu apostar no blockchain para transformar a experiência da telemedicina. A tecnologia é usada para armazenar e utilizar dados de registros médicos e facilitar a vida dos profissionais de saúde e pacientes.

E mesmo instituições de caridade contam com o blockchain para aprimorar a atuação. Uma plataforma global, que trabalha em parceria com várias instituições filantrópicas mundialmente reconhecidas, vem utilizando a tecnologia para compartilhar informações financeiras e sobre projetos e aumentar a transparência junto a doadores.

A tecnologia se tornou tão importante e necessária para as empresas que, recentemente, chamou a atenção de uma das mais importantes revistas de negócios do mundo. A publicação vem divulgando anualmente uma lista de 50 grandes empresas do mundo que vêm utilizando com muito sucesso o blockchain.

No caso das criptomoedas, sua presença ganha corpo em muitas formas. Já há milhares de empresas que as aceitam como forma de pagamento, games que as transacionam, companhias que fazem contabilidade em criptomoeda e governos que vem incorporando e regulamentando a moeda virtual no dia a dia das transações.

Recentemente, uma das maiores empresas de telefonia do mundo passou a aceitar criptomoedas como pagamento. O mesmo ocorreu com uma das maiores desenvolvedoras de softwares do mercado e outras grandes companhias da área da tecnologia.

Mas a popularização das moedas virtuais se estendeu para os mais diversos segmentos. Uma loja de artigos de luxo mundialmente famosas já trabalha com pagamentos em criptomoedas e até carros já podem ser comprados desse modo.

As moedas virtuais são "mineradas". Não do jeito tradicional, claro, por meio do qual é preciso escavar até as profundezas do solo para achar metais preciosos. Na versão virtual da mineração, utilizam-se computadores muito potentes para vasculhar a internet em busca das criptomoedas.

É dessa forma que, por meio da resolução de complexas equações, novas transações por blockchain são validadas e criam-se criptomoedas.

O segredo está em desvendar o chamado "hash". Trata-se do identificador responsável por "selar" um determinado bloco onde estão registradas transações com criptomoedas. "Quebrá-lo" não tem nada de ilegal e faz parte do processo, mas, como há muitos mineradores atuando ao mesmo tempo, a competição - ou "corrida pelo ouro" - é por vezes frenética.

Também é cada vez mais frequente que pessoas optem pelas criptomoedas na hora de diversificar os investimentos e fugir das instabilidades e intervenções de instituições tradicionais. E, diferentemente do senso comum, não é preciso ter muito dinheiro para começar a fazê-lo.

O importante é se informar ao máximo antes de entrar neste universo. Como ainda se trata de uma tecnologia nova, é natural que haja uma grande volatilidade. Fique de olho em especialistas, instituições e canais voltados ao assunto.

Topo