Como a Nintendo transformou celulares em uma vitrine para o Switch
Pedro Henrique Lutti Lippe
Do UOL, em São Paulo
25/11/2017 04h00
Os jogos da Nintendo para celulares são meios, e não fins. Títulos como "Super Mario Run" ou o recém-lançado "Animal Crossing: Pocket Camp" são pensados como portas de entrada para as plataformas da própria empresa japonesa. E os números parecem indicar que a estratégia está funcionando muito bem.
Com mais de US$ 100 milhões em rendimento nos primeiros 6 meses de disponibilidade, "Fire Emblem Heroes" não apenas deu uma boa grana por conta própria, como também aumentou a visibilidade da série no Nintendo 3DS. "Fire Emblem Echoes", lançado no portátil em abril, teve vendas acima das esperadas - e a Nintendo atribui parte do sucesso ao game de celular.
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A Pokémon Company também reconheceu: o sucesso viral de "Pokémon GO" foi fator importante para impulsionar as vendas de "Pokémon Sun & Moon", que quebrou vários recordes quando foi lançado no final do ano passado, e do próprio 3DS.
São experiências diferentes, que aproveitam as capacidades únicas da plataforma mobile. O novo "Animal Crossing", por exemplo, pode ser aproveitado em sessões mais curtas do que os games tradicionais da série, mas não descarta nenhuma das mecânicas pelas quais ela tornou-se popular.
É um "Animal Crossing" miniatura de qualidade, que com certeza convencerá jogadores de primeira viagem a comprar um Nintendo Switch quando o próximo "Animal Crossing" 'grande' for lançado.
Quando anunciou que iniciaria a produção de jogos de celular, lá no início de 2015, a Nintendo já tinha deixado claro que games de celular seriam como ferramentas de marketing para seus próprios sistemas.
E com essa estratégia certeira, a Nintendo passou à frente de Sony e Microsoft, e tornou-se a primeira criadora de consoles a descobrir uma maneira inteligente de utilizar o sucesso do formato mobile a seu favor.
Joguinhos de quebra-cabeça ou 'runners' bobos como as versões mobile de "Knack" e "Uncharted", ou 'aplicativos companheiros' que desbloqueiam conteúdo em "Dead Rising 3" ou "Ryse" não funcionaram, e Sony e Microsoft desistiram. Agora, provavelmente estudam maneiras de imitar a Nintendo e criar versões miniaturizadas de suas franquias que todos podem aproveitar de graça.