Retrô ao extremo, "Double Dragon IV" recria bem falhas e virtudes da série
Claudio Prandoni
Do UOL, em São Paulo
27/02/2017 15h00
Em meio a tantos remakes e relançamentos, não foi surpresa o anúncio de "Double Dragon IV".
O jogo vem para celebrar os 30 anos da querida série de pancadaria nascida nos anos 80 e recria perfeitamente a experiência daquela época - talvez até demais.
Sequência direta das aventuras de Billy e Jimmy no NES e fliperamas, ele traz de volta todas as virtudes e limitações dos clássicos do passado: visual pixelado 8-bits, controles simples, fases repetitivas e dificuldade crescente. A trilha se destaca por oferecer duas opções: chiptune retrô ou uma versão mais moderna.
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A aventura mostra os irmãos enfrentando os capangas de sempre pelas ruas e desertos da California em uma viagem que os leva ao Japão. Até o Abobo está de volta!
"Double Dragon IV" começa fácil, mas vai ficando cada vez mais difícil, com fases finais bem complicadas e até injustas. Em modo cooperativo, com mais uma pessoa controlando o outro irmão, a tarefa é mais tranquila.
Só é difícil perdoar as problemáticas sequências de plataforma, em que Billy e Jimmy devem saltar sobre plataformas móveis e desviar de espetos e outros perigos. Os controles são ruins e limitados, resultando em frustrações e mortes inevitáveis.
Dá para terminar a história em mais ou menos uma hora e depois é habilitado o modo Tower, com dezenas de andares repletos de inimigos para desafiar os heróis. Existe também uma opção de duelos, em que dá até para usar os inimigos e chefões, mas ele é muito raso e sem graça.
Apesar da recriação fiel do estilo clássico de "Double Dragon", é uma pena ver desperdiçada assim a oportunidade de revigorar a franquia - algo que o bem intencionado, porém mal realizado "Double Dragon Neon" tentou e falhou. Por que não colocar mais golpes ou variedade maior de fases?
Vale pela curiosidade, nostalgia e o preço baixo de R$ 22 logo no lançamento. Mas não jogue com expectativas muitas altas.