Indie "Owlboy" ficou 10 anos em desenvolvimento, e não decepcionou
Pedro Henrique Lutti Lippe
Do UOL, em São Paulo
07/11/2016 15h46
Fruto da paixão de um pequeno time de desenvolvedores noruegueses, "Owlboy" ficou em desenvolvimento por quase uma década, e mesmo sendo lançado em um mercado muito diferente daquele que existia no distante ano de 2007, conseguiu cumprir sua missão original.
"Owlboy" é um jogo de aventura nos moldes de "Metroid" e "Castlevania", situado em um mundo aberto bidimensional que pode ser explorado livremente, desde que o jogador tenha as ferramentas corretas para destravar passagens.
Para manter uma ideia tida em 2007 ainda relevante em 2016, a equipe de desenvolvimento focou seus esforços em criar uma experiência coesa, e não em inovar.
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"Owlboy" diverte porque todas as suas peças se encaixam de maneira inteligente, tanto em termos de jogabilidade e narrativa quanto de aspectos técnicos como gráficos e trilha sonora.
Um exemplo é como o protagonista Otus, sozinho, não é capaz de fazer quase nada além de voar pelos cenários. Ao invés de ganhar novas habilidades, o herói recebe o apoio de companheiros, que podem ser carregados pelo ar e utilizados na resolução de quebra-cabeças. Em termos de funcionalidade, dar uma pistola para Otus serviria o mesmo propósito que o coadjuvante Geddy tem no game. Mas não seria tão interessante, pois Geddy tem suas próprias personalidade e história.
Os quase 10 anos de desenvolvimento criaram uma aventura de cerca de 10 horas de duração.
A experiência é relativamente curta, mas o tempo e o carinho investidos na produção de "Owlboy" são evidentes. Talvez o aspecto mais impressionante do game seja sua parte gráfica: criado inteiro em 'pixel art', o game tem animações de muita fluidez, capazes de deixar qualquer fã de arte retrô babando.
Terminei "Owlboy" com uma enorme vontade de mais. Torço para que, com o primeiro nas mãos do público, o time da D-Pad Studio encontre motivação suficiente para trabalhar (mais rapidamente) em uma sequência.