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Gigante no exterior, "Dota 2" cresce sob a sombra de "LoL" no Brasil

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

26/09/2014 16h34

Apesar de ser jogado por mais de 9 milhões de fãs todos os meses e de ter distribuído US$ 10,93 milhões em prêmios durante seu campeonato mundial, "Dota 2" ainda engatinha aqui no Brasil, sempre sob a sombra do concorrente "League of Legends".

Enquanto "LoL" já teve duas temporadas competitivas nacionais completas e até final no Ginásio Maracanãzinho, "Dota 2" debutou no campo de eventos presenciais brasileiro na X5 Mega Arena, que começou na última quinta-feira (25).

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Antes disso, competições brasileiras do jogo tinham ocorrido apenas online.

"A Riot Games tem essa política de chegar em um lugar com tudo, fazendo eventos de 'LoL' e apoiando a comunidade", explica Danylo "kingrd" Nascimento, 22, pro-player do time de "Dota 2" da paiN Gaming. "Já a Valve não nos dá atenção".

Diferentes realidades

A paiN tem uma gaming house onde moram e treinam os jogadores de seu time de "League of Legends", que é o 'carro-chefe' da organização. Eles têm salários fixos, e tratam o eSport como profissão.

"Para mim, 'Dota 2' é um hobby", admite Danylo, que mora e estuda em Recife - bem longe de seus companheiros de time. "Treinamos e competimos de casa. Recebemos ajuda [da paiN], mas mais na forma de equipamentos e partes para nossos computadores. Hoje estamos com máquinas boas, mas houve um tempo em que era complicado".

"'League of Legends' é muito grande, e por isso ficamos em segundo plano", diz. "Mas o fato de agora termos torneios presenciais aqui mostra que estamos crescendo. Por isso, no futuro pode ser que o jogo vire minha profissão também".

Além de aparecer na X5 Mega Arena, "Dota 2" terá um torneio valendo uma premiação total de R$ 60 mil durante o Brasil Game Show, que acontecerá entre 8 e 12 de outubro em São Paulo. A competição não terá envolvimento da Valve.

Pelo sucesso do eSport

Um outro grande nome de "LoL" no Brasil, a Keyd Stars também tem um time de "Dota 2". O manager da equipe, Anderson "Pancho" Araújo, 26, demonstra certo otimismo ao falar do crescimento de seu jogo no país.

"'Dota 2' é muito menor que 'League' no Brasil, mas acredito que há espaço para os dois jogos conviverem. E tenho certeza que 'Dota' ainda vai crescer bastante", afirma.

Danylo e o manager concordam que o envolvimento de suas respectivas produtoras é o que fez de "LoL" um fenômeno tão maior que "Dota 2" no Brasil até hoje. Ambos acreditam, porém, que o jogo da Valve deve se tornar mais relevante mesmo que a empresa não volte os olhos para o público local.

Para Anderson, eventos como a X5 Mega Arena não existiriam caso o jogo da Riot Games não tivesse tomado as proporções atuais. "Vejo o sucesso do 'League' algo bom não só para o próprio, mas também bom para 'Dota 2' e todos os outros jogos. Por causa dele, podemos ter um evento como esse, com vários títulos diferentes. Esse sucesso fortalece o eSport como um todo", explica.

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