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Beyond: Two Souls

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

08/05/2013 18h16

Com uma capa que mais lembra um pôster de cinema, com nomes de atores reais, "Beyond: Two Souls" é um jogo diferente. Sim, um jogo - pois, ao contrário do que alguns dizem, ele não é um filme, mas sim o mais fotorrealista 'adventure' da história da indústria.

O novo projeto da Quantic Dream segue os passos de "Heavy Rain". A narrativa é seu grande foco, podendo ser alterada diretamente por influência das ações e escolhas dos jogadores. Mas esse não é seu diferencial - e sim a forma com a qual a a trama é apresentada, pois em "Beyond" não há real separação entre cenas não controláveis e trechos jogáveis.

Com um roteiro de cerca de 2 mil páginas, "Beyond: Two Souls" levanta questões de peso como 'O que está além da morte?' enquanto reconta a trajetória de Jodie Holmes (interpretada por Ellen Page) entre seus 8 e 23 anos.

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Jornada não convencional

Dividido em cenas, "Beyond: Two Souls" seguirá o que seu diretor David Cage chama de 'desordem cronológica'. Em um momento o jogador poderá estar acompanhando um conto da infância de Jodie, e no seguinte ser transportado para um cenário completamente diferente na pele de uma versão mais velha da heroína - e vice-versa.

Nascida com um estranho elo com o sobrenatural, Jodie é acompanhada a todo momento por uma entidade espiritual chamada Aiden, que em momentos age como seu companheiro confiável, e em outros como um guardião violento, capaz de machucar os outros para protegê-la. E é justamente a existência de Aiden que separa a jogabilidade de "Beyond" da de "Heavy Rain".

Enquanto no título de 2010 os jogadores controlavam apenas personagens de carne e osso, em "Beyond" eles assumem também o papel de Aiden, que pode ser selecionado a qualquer momento com um pressionar do botão triângulo e é capaz de atravessar paredes e interagir com o mundo ao seu redor das mais diversas maneiras.

Tanto em termos de enredo quanto de mecânicas de jogo, a relação entre Jodie e Aiden é uma de codependência. Sempre que a heroína não for capaz de resolver problemas em uma determinada situação, ela se apoiará nas habilidades fantasmagóricas de Aiden. Mas ele, por sua vez, não consegue navegar pelo mundo livremente por depender de Jodie em sua proximidade para existir.

Fotorrealismo

Como é costume para jogos que recebem o título de um dos últimos exclusivos de uma plataforma, "Beyond: Two Souls" terá gráficos que utilizarão todo o potencial do PlayStation 3, beirando o fotorrealismo sob certos ângulos.

Mas o mais impressionante aspecto da apresentação do título não é sua contagem altíssima de polígonos ou a qualidade de suas texturas, mas sim o trabalho feito pelo time de desenvolvimento da Quantic Dream no quesito animações. Um exemplo? Ellen Page não emprestou apenas sua voz à personagem Jodie, mas também suas expressões faciais e seus movimentos corporais, capturados com precisão e transplantados para o mundo virtual com a ajuda de dezenas de sensores especiais.

Os trechos de "Beyond" em que esse trabalho com atenção aos detalhes mais brilha são os de combate. Em tais cenas, os movimentos coreografados dos personagens ficam em evidência pelos momentos de 'slow motion' que precedem cada comando do jogador. Mas até mesmo durante diálogos simples, em que praticamente apenas os rostos dos personagens se mexem, é notável o bom emprego das tecnologias de captura de movimentos.

ASSISTA A UMA CENA DE "BEYOND: TWO SOULS"

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Jogabilidade simplificada

As próprias cenas de luta mencionadas acima servem como bons exemplos para demonstrar as melhorias trazidas por "Beyond" para a fórmula de jogabilidade de "Heavy Rain". Ao invés de passar por sequências intermináveis de quick time events na hora da ação, os jogadores devem simplesmente mover o direcional analógico direito do controle na direção que eles querem golpear ou defender, dependendo das circunstâncias.

Em certos momentos ainda é preciso balançar o controle ou pressionar um ou outro botão rapidamente para cumprir uma tarefa, mas "Beyond" minimiza o uso de tal funcionalidade. Ao invés disso, a maior parte das ações de Jodie e Aiden podem ser direcionadas com leves toques no analógico direito nas direções certas. Para abrir uma porta, por exemplo, basta movê-lo para cima. Para pegar algo, basta movê-lo para baixo - e por aí vai.

No mesmo processo de simplificação dos controles, a Quantic Dream optou por abandonar completamente o suporte ao PS Move em "Beyond", mesmo após trabalhar com ele em "Heavy Rain".

Sentimentos

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, David Cage deixou clara a sua intenção ao criar a trama de "Beyond: Two Souls". "Eu não tenho uma mensagem para passar," afirmou. "No fim, eu quero apenas que os jogadores tenham o sentimento de que presenciaram uma vida, que eles conhecem Jodie, que eles estavam lá em seus momentos importantes. E quando eles desligarem seus consoles, quero que eles sintam como se tivessem perdido alguém."

"Beyond: Two Souls" será lançado no dia 8 de outubro exclusivamente para o PlayStation 3.

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