Atriz Angela Lansbury morre aos 96 anos

A atriz e cantora Angela Lansbury, que se tornou mais conhecida por seu papel como escritora e detetive na série de televisão "Assassinato por Escrito" (Murder, She Wrote), morreu aos 96 anos, informou sua família nesta terça-feira (11).

A estrela de origem britânica, que fez sua fama e fortuna com uma variedade de papéis memoráveis na televisão, também obteve enorme sucesso como atriz de teatro, ganhando cinco prêmios Tony.

"Os filhos da Dama Angela Lansbury estão tristes em anunciar que sua mãe morreu pacificamente enquanto dormia em casa, em Los Angeles (...) apenas cinco dias antes de completar 97 anos", afirmou a família em um comunicado, citado pela imprensa americana.

"Além de seus três filhos, Anthony, Deirdre e David, deixa três netos, Peter, Katherine e Ian; cinco bisnetos e um irmão, o produtor Edgar Lansbury", acrescentou a família na nota.

O enterro acontecerá em uma cerimônia privada em data a ser determinada.

Em mais de sete décadas de carreira, ela atuou em cerca de 60 filmes e protagonizou alguns dos maiores musicais da Broadway.

Além dos prêmios Tony, conquistou seis Globos de Oro e um Oscar honorário pelo conjunto da obra em 2013.

A atriz loira e de grandes olhos azuis tinha quase 60 anos quando interpretou o papel que a tornou famosa: a de escritora de livros de mistério e detetive amadora do bem sucedido "Assassinato por Escrito" (Murder, She Wrote).

Esta série de televisão, exibida entre 1984 e 1996 na TV americana e exportada a dezenas de países, a tornou reconhecida internacionalmente como a viúva de meia idade Jessica Fletcher, investigadora de crimes na série.

"Fiquei surpresa, quase todo mundo conhecia Jessica Fletcher. Era tratada como uma estrela do rock", disse Lansbury em 2016.

A série, de 264 episódios, lhe rendeu quatro Globos de Ouro, além de uma fortuna: chegou a ganhar até 300.000 dólares por episódio.

Mesmo assim, em 2017, aos 91 anos, falou de seu desejo de interpretar Jessica Fletcher "mais uma vez", segundo a imprensa britânica.

- Estreia na adolescência -

Lansbury nasceu em Londres em 16 de outubro de 1925, em uma família de políticos e atores.

Emigrou em 1940 com a mãe, viúva, aos Estados Unidos, fugindo da Segunda Guerra Mundial. Estudou interpretação em Nova York.

Estreou no cinema com apenas 17 anos, quando foi selecionada para interpretar a intrigante criada Nancy Oliver no thriller psicológico "À Meia Luz", de 1944, com Ingrid Bergman. O papel lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e um contrato de sete anos com os estúdios MGM.

A esta indicação seguiu-se outra por "O retrato de Dorian Gray", em 1946, e uma terceira por "Sob o Domínio do Mal", em 1963, papéis com os quais conquistou dois Globos de Ouro.

No entanto, Lansbury foi frequentemente relegada a papéis secundários, interpretando personagens mais velhas que ela.

- De Hollywood para a Broadway -

Frustrada com a carreira em Hollywood, Lansbury migrou para o teatro na Broadway no fim dos anos 1950.

Tornou-se uma estrela no papel principal do musical "Mame", de 1966, sobre os nova-iorquinos ricos durante a Grande Depressão, com o qual subiu ao palco mais de 1.500 vezes e conquistou seu primeiro prêmio Tony. Seguiram-se "Gypsy" (1973-1975) e "Sweeney Todd" (1979).

No entanto, ela continuou trabalhando no cinema, e em 1971 ficou conhecida do público mais jovem com o papel de uma bruxa no filme de sucesso da Disney "Se minha cama voasse".

Em 2009, conquistou o quinto Tony na Broadway com o papel da clarividente Madame Arcati em "Blithe Spirit", de Noel Coward, papel que repetiu aos 80 anos em 2014 no West End londrino, recebendo críticas muito favoráveis.

Lansbury foi casada por 53 anos com o segundo marido, Peter Shaw, falecido em 2003. 

A Grã-Bretanha a tornou Dama em 2014.

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