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'Não é um momento de tristeza', diz Andreas sobre turnê final do Sepultura

Andreas Kisser, do Sepultura, que diz que a despedida da banda é um momento de alegria Imagem: Elsie Roymans/Getty Images

Gustavo Brigatti

Colaboração para Splash, em São Paulo

10/05/2024 04h00

No universo do rock, turnês de despedidas costumam ser operações um tanto irônicas. Sobram exemplos de "final tours" cujo "final" vai sendo postergado ao sabor da demanda. Não é o caso do Sepultura, cuja "Celebrating Life Through Death" tem, sim, data para terminar — mas que acabou de ganhar uma extensão no meio do caminho.

"Temos mais um ano e pouco, então, onde achar buraco no calendário, vamos colocar Brasil", garante Andreas Kisser, guitarrista da banda, em entrevista a Splash.

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As sete novas datas anunciadas nesta terça-feira, dia 7/5, levarão o Sepultura aos primeiros shows da turnê no Nordeste (Fortaleza e João Pessoa) e Norte (Belém) do Brasil, além de novas apresentações no Centro-Oeste (Campo Grande e Brasília) e no Sudeste (Santo André e Santa Bárbara d´Oeste). Todas entre julho e agosto.

Andreas adianta ainda que novas datas deverão ser anunciadas em breve, como Rio de Janeiro e Salvador, para garantir que a derradeira turnê da maior banda de heavy metal brasileira chegue ao máximo de pessoas possíveis — sempre, é claro, garantindo a qualidade do espetáculo.

Temos uma estrutura que não dá pra fazer em qualquer lugar, o que dificulta um pouco pra gente levar o show para todos os cantos que gostaríamos. Mas queremos, por exemplo, ir para mais cidades do Nordeste. Meu primeiro show com o Sepultura foi em Caruaru, em 1987, sabe? Quero ir também pra minha cidade natal, São Bernardo do Campo… Enfim, queremos tocar o máximo nesses próximos dois meses. Andreas Kisser

O guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, faz o show de despedida em Belo Horizonte, cidade onde a banda foi formada 40 anos atrás, na sexta (1º/3) Imagem: @pridiabr/Divulgação

E demanda, pelo visto, não falta. O giro, que começou no dia 1º de março em Belo Horizonte, já tem datas esgotadas em várias cidades, como São Paulo (duas de três datas), Bruxelas (Bélgica), Manchester (Inglaterra), Dublin (Irlanda) e Praga (República Checa). Andreas destaca que tamanho êxito é culpa dos fãs, que abraçaram a "Celebrating Life Through Death" exatamente como ela deve ser vista: como uma celebração.

"Não é um momento de tristeza, é de agradecimento, de alegria", ressalta o guitarrista. "É incrível ver o quão importante o Sepultura é na vida de cada um, seja através de uma música, um disco, um show, aquela camiseta que você guarda por 30 anos… é uma relação de vida com a banda".

Repertório e legado

Como não poderia ser diferente, a "Celebrating Life Through Death" passa a limpo a história do grupo sem se debruçar sobre um álbum específico. Estão lá os clássicos, como a trinca de abertura "Refuse/Resist", "Territory" e "Slave New World", do disco "Chaos A.D" (1993), "Roots, Bloody Roots" e "Ratamahatta", de "Roots" (1996), e "Arise", do disco de mesmo nome de 1990. Mas também canções que há muito estavam distantes do set list do Sepultura, como explica Andreas.

"Trouxemos de volta 'Troops of Doom' (do debut, "Morbid Visions", 1985), 'Kaiowas' com percussão, chamando fãs e amigos para tocar como na turnê de 'Chaos A.D' de 1994. É o show mais completo que fizemos na história", crava.

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