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De novatos a headbangers veteranos, Megadeth reúne gerações de fãs em SP

Dave Mustaine, do Megadeth, que se apresentou nesta quinta, em São Paulo Imagem: Elsie Roymans/Getty Images

Gustavo Brigatti

Colaboração para Splash, de São Paulo

19/04/2024 00h46

Israel veio com o filho de Pará de Minas (MG). Julia perdeu uma prova importante na faculdade. Dayeli é influencer. Daniel tem 16 anos. Ronald dançou "Le Tout le Monde" na valsa do seu casamento. Um grupo que não poderia ser mais diferente, se não fosse o fato de estarem todos usando camisetas do Megadeth para prestigiar o único show da banda no Brasil em 2024, que aconteceu nan noite de quinta-feira, 18, em São Paulo.

"Eu vejo shows do Megadeth desde a primeira vez que eles vieram, em 1994, no Olympia", comenta Mauro Bernardes, 43, referindo-se a finada casa de shows paulista. "Eu já perdi as contas de quantos assisti, mas eu não me canso, porque cada show é diferente".

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Não é só Mauro que bate cartão nas apresentações da banda de Dave Mustaine. Ronald Olivieri, 52, chegou a viajar de moto até o Chile para ver a banda. Detalhe: ele não tinha carta e a moto era do pai de um vizinho. "Eram os anos 1990, a gente era tudo moleque, meio irresponsável", diz, gargalhando. "Sempre fui muito fã, minha esposa também. Tanto que, no nosso casamento, dançamos 'Le Tout le Monde', foi lindo", continuou, referindo-se a um dos hits do grupo.

Aos 58 anos, Israel Carvalho veio assistir ao seu segundo show do Megadeth - o primeiro foi em 2013, em Belo Horizonte, quando a banda abria os shows do Black Sabbath em sua turnê latino-americana. "É uma banda que resistiu muito bem ao tempo", afirma.

Mas os mais de 40 anos bem vividos do Megadeth, auxiliados por uma discografia de respeito, atraem fãs de todas as idades. Israel, por exemplo, trouxe o filho, Daniel Carvalho, 16. É o primeiro espetáculo da banda de thrash metal que ele irá assistir. "Já vi outros shows de metal, tipo Iron Maiden, Metallica, Guns'N Roses, então a expectativa para o Megadeth é grande", explica o jovem guitarrista mineiro.

Pai e filho, Israel Carvalho e Daniel Carvalho Imagem: Gustavo Brigatti/Splash UOL

Dayeli Lopes, 24, não toca guitarra, mas é influencer focada em heavy metal e conta com mais de 60 mil seguidores no Instagram. Ela veio de Rondonópolis (MT) só para ver o Megadeth e na expectativa de ouvir o clássico "Countdown to Extinction", do álbum de mesmo nome - coisa que, mais tarde, ela conseguiria.

A influencer veio sozinha, mas encontrou amigos que fez via redes sociais: o headbanger veterano Mauro e a novata Najo Lino, 24. Najo veio de Uberlândia (MG) para o seu segundo concerto de metal da vida - o primeiro foi do Sepultura, em março, na turnê de despedida da banda. "Eu comecei a gostar de metal há pouco tempo, porque meus pais não me deixavam ouvir. Acabei descobrindo em um barzinho de rock e peguei gosto", diz.

Trio de amigos Mauro Bernardes, Dayeli Lopes e Najo Lino Imagem: Gustavo Brigatti/Splash UOL

Julia Castro, 36, é o oposto. Os pais desde cedo a incentivaram a ouvir metal. E pretende fazer o mesmo com o filho de 1 ano, que ficou em casa aos cuidados do marido enquanto ela veio chacoalhar as tranças vermelhas colada na grade que separa a pista normal da pista premium. "Eu já perdi o show deles em 2017 e não ia perder esse", comenta. "Tinha até uma prova hoje na faculdade, mas, não podia deixar de vir, não podia", reforça a futura advogada.

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