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Dias críticos para Faustão: médico explica riscos de transplante de coração

Faustão em programa na Band Imagem: Reprodução

Simone Machado

Colaboração para Splash, em São José do Rio Preto (SP)

27/08/2023 21h01Atualizada em 28/08/2023 09h02

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, de 73 anos, passou hoje pela cirurgia de transplante de coração no hospital Albert Einstein, em São Paulo, e já recebeu o novo órgão.

Segundo o boletim médico emitido pelo hospital, o procedimento demorou 2h30 e foi considerado pelos médicos um sucesso.

Mas encontrar e receber um novo coração compatível é apenas o primeiro passo de um procedimento de transplante de órgão como o que passou o apresentador.

O que acontece agora?

Após o procedimento, considerado delicado, o paciente costuma permanecer internado por mais algumas semanas, sendo acompanhado de perto pela equipe médica. O tempo de internação varia de acordo com a evolução do paciente e de como está a aceitação do corpo com o novo órgão.

"Nos primeiros dias o paciente fica na UTI e depois vai para o quarto onde fica internado por mais ou menos um mês após o procedimento para ser acompanhado e monitorado de perto. Ele é medicado com imunossupressores para que o corpo não ataque esse novo órgão e não haja rejeição", explica Silvia Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital Sírio-Libanês.

Silva explica que um ponto importante do tratamento e que influencia diretamente na recuperação do paciente é conseguir encontrar a dosagem correta de imunossupressores - quando em excesso, eles podem diminuir o sistema imunológico do paciente, aumentando as chances de infecção.

"Os primeiros dias são os mais desafiadores, até os médicos conseguirem encontrar essa dosagem correta para aquele paciente. Essa medicação será tomada pelo paciente por toda a vida. Nos seis primeiros meses ou até mesmo no primeiro ano, em maior quantidade, depois ela é reduzida."

A compatibilidade feita antes da doação leva em consideração o tipo sanguíneo, idade e altura do paciente e do doador. Mas isso não garante que não poderá haver rejeição do novo órgão.

"Metade dos pacientes que passam por transplante de coração apresentam alguma rejeição no primeiro ano após a cirurgia. Quando isso acontece, eles precisam receber uma medicação para controlar essa rejeição, fazendo com que o corpo se adapte ao órgão", acrescenta Silvia.

Após a alta, o paciente pode seguir uma vida normal e fazer as atividades do dia a dia. Porém, é necessário seguir com o acompanhamento médico.

No início, as consultas são a cada 15 dias, depois se tornam mensais até o procedimento completar um ano e após esse período podem ser com mais espaço de tempo, dependendo da evolução de cada paciente transplantado.

Esse acompanhamento é necessário porque mesmo a longo prazo, cinco, dez ou até mesmo vinte anos depois, o corpo de um paciente que recebeu um novo coração pode apresentar rejeição.

"Essa rejeição, na maioria das vezes, é controlada com medicamentos. Em casos raros, acontece o que chamamos de rejeição tardia e o paciente precisa passar por um novo transplante", explica a profissional.

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