Caetano Veloso lidera ato de famosos contra política ambiental de Bolsonaro
De Splash, em São Paulo*
09/03/2022 16h46Atualizada em 10/03/2022 09h57
Caetano Veloso liderou hoje uma manifestação em frente ao congresso em Brasília contra a política ambiental do governo Jair Bolsonaro (PL) acompanhado por outros famosos. Projetos analisados por deputados que discutem o uso de agrotóxicos e os direitos indígenas foram questionados pelo artista.
O cantor de 79 anos transmitiu um trecho do encontro ao vivo no Instagram. "O 'Ato pela Terra' é em defesa do meio ambiente e contra o pacote da destruição ambiental", escreveu Caetano em publicação na rede social.
"Este dia marca uma mobilização inédita, que reúne um número expressivo de artistas, organizações e movimentos sociais em torno da causa ambiental", disse o cantor em um trecho do discurso compartilhado pela cantora Duda Beat.
Durante o evento, Caetano Veloso convidou o público a cantar o refrão da música "Terra". "Por mais distante, o errante navegante. Quem jamais te esqueceria?", diz o trecho lembrado pelo artista.
Nando Reis, Daniela Mercury, Malu Mader, Alessandra Negrini, Rafa Kalimann, Maria Ribeiro, Paola Carosella, Seu Jorge, Leona Cavalli e Emicida estão entre os artistas que acompanharam o ato no congresso. Os músicos se apresentaram em um palco na sequência.
A transmissão do ato mostrou Caetano Veloso entregando um documento ao presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em que é manifestado oficialmente o posicionamento dos grupos envolvidos contra a ideia de flexibilizar legislações ambientais.
Segundo o jornal O Globo, um grupo de artistas, liderado por Caetano, permaneceu no gabinete da ministra Cármen Lúcia por 20 minutos. Os também ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber também participaram da conversa.
'Pacote de destruição'
O chamado "pacote de destruição", apontado por Caetano Veloso, refere-se a vários projetos que podem ser votados nos próximos meses considerados prejudiciais ao meio ambiente.
Um dos projetos apontados pelo ato legalizaria a atividade mineradora em terras indígenas. A liberação poderá ser adiantada por Bolsonaro defender que a invasão russa na Ucrânia pode atrapalhar a importação brasileira de produtos utilizados na agricultura.
Bolsonaro também é questionado pelo movimento por apoiar atividades extrativistas na Amazônia desde 2019, quando assumiu a presidência. Projetos analisados por deputados atualmente visam flexibilizar regulamentações ambientais e facilitar o trabalho de exploradores agrícolas.
Além da regularização do garimpo e da demarcação indígena, os projetos questionados pelo grupo de artistas também envolvem a liberação de agrotóxicos e licenciamentos ambientais.
*Com informações da AFP