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'Liga da Justiça de Zack Snyder' é longa demais, mas bem melhor

Cena do filme "Liga da Justiça" Imagem: Reprodução

Beatriz Amendola

De Splash, em São Paulo

17/03/2021 12h58

O diretor Zack Snyder ganhou uma segunda chance rara em Hollywood. Quatro anos depois de ver seu "Liga da Justiça" ser finalizado por outro cineasta --Joss Whedon, de "Vingadores"-- e fracassar nas bilheterias e na opinião dos críticos, ele lança nesta quinta (18) a sua versão autoral do longa que reúne Batman (Ben Afflkeck), Mulher-Maravilha (Gal Gadot) e companhia.

E sim: a versão de Snyder, que os fãs passaram anos pedindo, é bem melhor do que a que chegou aos cinemas em 2017, ainda que suas quatro horas de duração se mostrem cansativas.

Você pode assistir ao filme nas plataformas digitais, incluindo o UOL Play.

Liga da Justiça de Zack Snyder

Lançamento: 2021 Duração: 4h02 Pais: EUA Direção: Zack Snyder Roteiro: Zack Snyder e Chris Terrio
splash
3,4 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

3,0

3,0

3,0

Fizemos uma análise geral de cenário, figurino, direção de arte e fotografia

4,0

4,0

A diversão é uma nota na qual propomos, que independente das notas técnicas, a produção vale ser vista

Pontos Positivos

  • Escala épica funciona e entrega o que os fãs esperam
  • Personagens e tramas são mais desenvolvidos

Pontos Negativos

  • O tempo de quatro horas é cansativo
  • Nem todo material adicionado acrescenta à história

Veredito

Mesmo cansativo em alguns momentos, "Liga da Justiça de Zack Snyder" é um grande avanço em relação à outra versão do filme e cria uma aventura ousada na escala épica que seus heróis pedem. Vai agradar em cheio aos fãs do diretor.

Para começar: diferentemente da primeira versão, que fazia uma grande bagunça ao (tentar) juntar personagens novos com as caixas maternas e o vilão Lobo da Estepe (Ciarán Hinds), a obra de Zack Snyder é infinitamente mais coesa. Às vezes, chega a parecer um filme diferente, ainda que a base da narrativa seja, em essência, a mesma.

Agora, o antagonista ganha motivação, a importância das caixas fica mais clara, e se torna mais palpável a sensação de perda e luto no mundo que perdeu o Superman (Henry Cavill) após os eventos de "Batman vs. Superman" (2016).

Mas o principal beneficiado é o Ciborgue de Ray Fisher, ator que tem falado abertamente sobre o preconceito que sofreu por parte de Whedon durante as refilmagens da "Liga".

O personagem, crucial na missão do grupo, assume um protagonismo bem maior, e lacunas são preenchidas de forma a deixá-lo ainda mais heroico, em um processo semelhante ao que acontece, em menor grau, com Flash (Ezra Miller).

Esta é provavelmente a outra maior diferença da versão de Snyder para "Liga da Justiça": ela é muito mais reverente aos heróis, encarando-os como figuras míticas em um universo mais duro e sombrio, o que é notável na forma como a câmera passeia por eles nas cenas de ação. É coerente com as escolhas de roteiro e estética que o diretor vinha fazendo desde "O Homem de Aço" (2013) — e por isso mesmo deve agradar em cheio aos seus fãs.

O tempo de duração de quatro horas não irá espantar esses fãs, mas é indiscutivelmente cansativo. Até porque há repetições desnecessárias na história (dois acidentes envolvendo carros e caminhões, por exemplo) e algumas das novas cenas parecem existir apenas para deixar pontas para uma sequência que nunca iremos ver.

Dito isso, temos que reconhecer: a "Liga da Justiça" da Zack Snyder é um experimento ousado e autoral em escala épica, que pode não acertar o tempo todo, mas mira alto e deixa aquela curiosidade de saber o que vem depois.

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