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Meteoro Por Trás da Cena: Daniel Craig marca guinada de 007 para valores do Século XXI

Do UOL, em São Paulo

29/05/2020 04h00

O mais recente filme do agente James Bond, o 007, estava previsto para estrear em abril, mas foi adiado para novembro por conta da pandemia do coronavírus. "Sem Tempo para Morrer" marca a despedida de Daniel Craig do papel após seis filmes, cinco longas e um curta-metragem, também lançado este ano "Daniel Craig vs James Bond". E com isso, uma era de transição termina. Este é o tema do Meteoro por Trás da Cena, que dá um tempo na ciência esta semana e volta a falar de cinema.

Por que era de transição? Porque o caráter de James Bond foi forjado pelo autor Ian Fleming, que além de assumir um certo conservadorismo, escreveu os livros nos tempos em que a sociedade era patriarcal e machista. Então assim foi criado 007: um homem com masculinidade exacerbada e muita elegância, retratado nos primeiros filmes por Sean Connery.

Isso começou a mudar apenas em 1995, em "007 contra Golden Eye", quando o personagem, interpretado por Pierce Brosnan, escuta que é machista e misógino.

Mas a transição para um mundo menos "Clube do Bolinha" só foi começar para valer quando Daniel Craig estreou no personagem, em 2006, com "Casino Royale". Ele segue sendo machão, mas tem que desenvolver olhar sobre o que está à sua volta. As cantadas antigas não funcionam mais, ele passa a falhar em missões. O homem perfeito e infalível começa a dar adeus e ficar mais próximo do mundo real e do Século XXI. A tal masculinidade exacerbada passou a se adaptar cada vez mais ao longo dos últimos filmes.

No futuro, Craig tem tudo para ser visto como o ator que marcou uma guinada do personagem. Até porque existem fortes rumores de que o próximo agente 007 no cinema será uma mulher. Viva o Século XXI.