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Meteoro por Trás da Ciência: você sabe a origem dos grupos antivacina?

Do UOL, em São Paulo

10/04/2020 04h00

Em tempos de pandemia de coronavírus, O Meteoro por Trás da Cena deixa um pouco o seu lado cultural de lado (mas não todo) e foca na ciência: o tema debatido neste episódio são os grupos antivacina. Estamos todos torcendo para que a comunidade cientifica consiga desenvolver o quanto antes uma vacina contra o coronavírus. Mas sabemos que crescem já algumas décadas os grupos antivacina. Afinal de contas, como surgiram? O pior de tudo é saber que a culpa disso é de um médico (ex-médico hoje).

O então médico britânico Andrew Wakefield aproveitou, no meio dos anos 90, a festa de aniversário de um dos seus filhos para coletar sangue de todas as crianças presentes (e pagou cinco libras a cada uma delas por isso).

Mas a canalhice não parou por aí: Wakefield encontrou uma brecha científica para escrever um artigo estabelecendo uma relação causal entre a vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) com autismo e infecções intestinais. Para piorar, a Lancet, uma das revistas científicas mais respeitadas do planeta, publicou o artigo.

Resultado? Ficou provado que Wakefield estava errado, tinha objetivos financeiros em desacreditar a vacina tríplice viral, teve sua licença de médico cassada e a Lancet pediu desculpas pelo artigo. Tudo poderia ter parado aí.

Mas após ser enquadrado por todas as entidades competentes, Wakefield ganhou seguidores. Ele conseguiu cultivar entre muitos grupos a imagem de "herói que ousou desafiar a poderosa indústria farmacêutica". E desde então vem amealhando cada vez mais fãs e seguidores. Por quê? Porque nunca perdeu espaço na mídia, como em emissoras como a Fox News dos Estados Unidos.