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OPINIÃO

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28 anos após a morte de Ayrton Senna: O que mudou na F1

28 anos após a morte de Ayrton Senna: O que mudou na F1 - UOL Play
28 anos após a morte de Ayrton Senna: O que mudou na F1
Imagem: UOL Play

Colunista do UOL

14/06/2022 15h38

Maio é um mês inesquecível para os fãs de Fórmula 1. Há 28 anos, um domingo que seria mais um dia de alegria e vibração, trazia um sentimento de tristeza e perplexidade. Às 14h13 no horário de Ímola (9h13 no horário de Brasília), Ayrton Senna batia violentamente o seu carro contra o muro no Grande Prêmio de San Marino.

O ídolo nacional — carinhosamente apelidado como Ayrton Senna do Brasil —, não resistiu aos múltiplos ferimentos e faleceu no mesmo dia. Desde então, o 1º de maio ficou marcado na lembrança de muitos brasileiros. Terminava ali uma carreira vitoriosa.

Na sua estreia em Toleman, no ano de 1984, Ayrton ficou em segundo lugar no Grande Prêmio de Mônaco — corrida que ele viria a vencer seis vezes. Manteve o sucesso na Lotus, antes de seguir para a McLaren, onde venceu cada um de seus três campeonatos mundiais e viveu a histórica rivalidade com o piloto Alain Prost.

Senna conquistou o título máximo da F1 nos anos de 1988, 1990 e 1991. Em seus 161 GPs, venceu 41 corridas e garantiu 80 pódios. Incrível essa trajetória, não é mesmo? São números tão impressionantes que ainda mantém o piloto entre os três primeiros na contagem de pole-position de todos os tempos — no total são 65 poles.

Após o fatídico acidente de 1994, muita coisa mudou na Fórmula 1. Quer saber de tudo em detalhes? O UOL Play faz agora um panorama do que foi colocado em prática para a F1 se adaptar aos novos tempos, garantindo o conforto e a segurança de quem corre nas pistas.

O que mudou na Fórmula 1 após a morte de Senna

Acompanhe!

A relevância do piloto brasileiro no universo da Fórmula 1 e a repercussão da sua trágica morte provocaram várias mudanças na competição. A segurança nas pistas foi reforçada e alterações importantes foram aplicadas nos carros para preservar a vida dos competidores.

Dos anos 90 até os dias atuais, outros aspectos da F1 sofreram alterações bem significativas. É o que você confere a seguir:

Circuitos mais seguros

Logo no ano seguinte à tragédia, a Tamburello — curva do Circuito de Ímola onde o acidente de Senna ocorreu — foi "quebrada" ao meio para dar lugar a uma chicane, um desvio que passou a "obrigar" o piloto a diminuir a velocidade do carro.

A mudança, criticada por muitas pessoas, descaracterizou o traçado da pista. Porém, foi uma medida de segurança fundamental para que os competidores não entrassem com tanta velocidade no trecho, evitando novos acidentes tão graves como o de Ayrton.

Com o passar dos anos, outros ajustes foram feitos para deixá-la ainda mais lenta. Novas áreas de escape foram incluídas nos dois lados da pista. Além disso, um asfalto de melhor qualidade passou a ser usado em todos os circuitos, permitindo uma melhor absorção das freadas.

Mudança nos carros

Mas não foram só as pistas que passaram por transformações. Em 2003, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) tornou obrigatório o Hans, um apoio de cabeça e pescoço usado nos ombros dos pilotos, e que passou a proteger a parte superior de golpes laterais.

Depois, foi a vez da Fórmula 1 implementar a tecnologia do Halo. Esse elemento, muito criticado por alterar a parte estética, deixou a lateral do carro mais alta, de modo a envolver e proteger com maior eficiência a cabeça dos pilotos.

Não é preciso entender de automobilismo para perceber como os pilotos estão mais protegidos. O cockpit aumentou de tamanho para reduzir o estresse dos pilotos, e na parte lateral externa, o regulamento passou a obrigar a introdução de dois cones, em frente às tomadas de ar, que absorvem boa parte da energia quando ocorrem choques de lado.

Mais proteção para os pilotos

A segurança também melhorou com o uso de capacetes de carbono, além da diminuição no espaço destinado à visão do piloto. A resistência da viseira também aumentou para evitar a possibilidade de algo atingir a face do corredor.

Em caso de acidentes com fogo, os macacões atuais suportam a exposição à chama por um tempo muito superior. Você já percebeu que a roupa possui alças na altura dos ombros? Essa adaptação foi feita para que a equipe de resgate possa puxar o piloto nos casos de emergência.

Cada vez mais tecnológica, a F1 também introduziu as luvas biomédicas. Através de sensores, a equipe médica pode colher informações vitais do piloto, como a quantidade de oxigênio no sangue e o ritmo cardíaco. Isso é muito útil em acidentes onde o piloto não pode ser resgatado de imediato.

Rodas presas e troca de pneus

Você sabia que as rodas dos carros são presas por cabos de aço? Sim! Esse artifício passou a ser usado após inúmeros acidentes onde as rodas se soltavam das carrocerias e atravessavam a pista.

Para evitar novos casos, a FIA chegou a conclusão que as rodas deveriam contar com cabos de aço triplos (cabos de kevlar), que não se rompem mesmo com a força equivalente a quase 1 tonelada!

Quanto à troca de pneus, a categoria adotou um tempo mínimo entre ações. Com pit stops cada vez mais rápidos, a regra veio para reduzir o risco associado a erros ou rodas soltas, por exemplo. No geral, as ações não podem ocorrer em um tempo inferior a 15 segundos.

Caixa preta

Assim como nos aviões, os carros de Fórmula 1 também contam com uma central de coleta de dados. A caixa preta é "alimentada" por vários sensores distribuídos ao longo da carroceria.

Assim, em caso de acidentes, é possível oferecer aos peritos um relatório completo de dados, com informações valiosas e que permitem a reconstituição do ocorrido.

Além de esclarecer as causas do acidente, o principal benefício desse elemento é achar soluções regulatórias mais úteis para alcançar os mais altos níveis de segurança. É mais um exemplo onde a tecnologia está a serviço do esporte!

Estruturas deformáveis e Segurança ativa

As chamadas "estruturas deformáveis" dos carros de F1 tem a importante função de absorver parte da energia dos choques. Para cumprir essa missão com êxito, podemos destacar alguns elementos, como o bico do carro, por exemplo. Na parte de trás, conectada à caixa de marchas, há outra dessas estruturas.

Agora, mesmo com essas estruturas incorporadas aos carros, acidentes graves podem acontecer. Nessas horas, nada melhor que uma equipe rápida e competente para prestar os primeiros socorros aos pilotos envolvidos.

A FIA instituiu um treinamento padronizado para todos os grupos de resgate da Fórmula 1. Você sabia que existe um tempo mínimo para chegar no local do acidente? Além disso, utiliza-se um padrão para imobilização da coluna cervical e retirada do cockpit!

Acompanhe o GP 2022 da Fórmula 1

Gostou de saber algumas curiosidades que envolvem a segurança da Fórmula 1? Fato é que depois de várias décadas, a competição continua tendo um espaço reservado no coração da torcida brasileira. Um carinho que, sem dúvidas, leva a marca do nosso ídolo maior, Ayrton Senna do Brasil!

Vamos juntos acompanhar as novas histórias que ainda precisam ser contadas? A temporada deste ano segue a todo vapor, e no UOL Play você segue de perto cada capítulo dessa trajetória.

Acompanhe o GP 2022 da Fórmula 1, através da nossa parceria com a BandSports!

Não perca mais tempo e corra agora para chegar na frente!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL