Olimpíadas: Procissão religiosa em homenagem ao pênis desafia conservadorismo no Japão
25/07/2021 04h00
Em todo primeiro domingo de abril, os japoneses saem às ruas cultuando imagens de pênis enormes. A tradição do xintoísmo remonta a uma lenda na qual uma donzela se livrou de uma maldição com auxílio de pênis de metal. Nessa série de vídeos, o canal do UOL Esporte mostra curiosidades do Japão, sede das Olímpiadas 2020. Acompanhe a cobertura dos Jogos no UOL.
O festival dos pênis gigantes
O Japão é o país da Olimpíada e também o país que tem cerca de 80 mil templos xintoístas. O xintoísmo é a religião tradicional do Japão e cada templo xintoísta tem uma divindade e um objeto sagrado de adoração. E existe um templo em Tóquio que adora um objeto diferente.
Atenção, se você é uma pessoa que se ofenderia com imagens de pênis gigantes em templos religiosos, talvez esse vídeo não seja pra você.
Em todo primeiro domingo de abril, milhares de japoneses vão a esse templo em Kawazaki, cultuar imagens do órgão sexual masculino.
Mas de onde vem essa fixação com o pênis? Freud explica. Mas o que também explica é o folclore japonês. Segundo uma antiga lenda, existia um demônio que se apaixonou por uma bela moça, mas ela não quis ficar com ele. O demônio então se hospedou na vagina da mulher e quando ela se casou, quando o marido foi se deitar com ela na lua de mel, o demônio arrancou o pênis dele com os dentes.
A mulher então casou de novo e o demônio mordeu o pênis do segundo marido. Antes que ele mordesse o do terceiro, a mulher mandou fazer um pinto de metal, introduziu na vagina e quando o demônio mordeu, acabou perdendo todos os dentes, libertando a mulher da maldição.
A lenda fez o pênis de metal ser cultuado como um símbolo de sucesso no casamento e fertilidade. O governo japonês também aproveita a oportunidade pra fazer campanhas de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. Existem três imagens cultuadas no festival, e uma delas, essa cor de rosa, tem um nome, Elizabete. Muitos dos fiéis que carregam Elizabete, são drag queens, que veem no festival uma oportunidade para se montar e desfilar seu orgulho no Japão, um país ainda bastante conservador.