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Além do deserto: veja 'perrengues' dos pilotos no acampamento do Dacar

Imagem: Brunno Carvalho / UOL

Brunno Carvalho*

Do UOL, em Buenos Aires

05/01/2016 06h00

Seja piloto de ponta, estreante ou aventureiro, uma coisa é certa: passará por ‘perrengues’ nos acampamentos do Rally Dacar, competição realizada entre 3 e 16 de janeiro na Argentina e na Bolívia. Na hora de comer ou tomar banho, os participantes percebem logo de cara que as dificuldades nas corridas não serão as únicas encontradas durante o evento.

O primeiro acampamento da competição ficou localizado no Parque Siquiman, na Villa Carlos Paz, Argentina. No local, a organização disponibilizou dezenas de banheiros químicos e chuveiros (com água somente gelada), todos eles divididos entre masculino e feminino – 11 mulheres participam da competição como piloto, sem contar as que estão no evento como membros de equipes.

A quantidade, no entanto, não é suficiente para evitar uma aglomeração, já que apenas em número de competidores, o Dacar conta com 556. Além deles, mecânicos e outros membros da equipe precisam fazer uso da estrutura da organização.

Na hora das refeições, quase todos os competidores, sejam eles de equipes grandes ou pequenas, costumam se encontrar no restaurante coletivo, posicionado próximo aos banheiros e chuveiros. Lá, grandes filas são formadas e um a um, os participantes vão recebendo suas refeições, normalmente formada por uma proteína e um carboidrato: macarrão e carne foram os alimentos da vez.

“Perrengue é o lema do Dacar. Acho que qualquer equipe, por mais estruturada que seja, passa por perrengue. A condição de acampamento já é uma condição muito mais severa de trabalho, mais improvisada. Uma coisa é você trabalhar em uma oficina, com uma estrutura já montada e todo mundo treinado para trabalhar nela”, explica Guilherme Spinelli, brasileiro que compete na categoria de carros pela Mitsubishi. “Pode ter a estrutura e o dinheiro que for, o sinônimo do Dacar é perrengue”.

No caso de Spinelli e de outros competidores de equipes maiores, a estrutura própria permite um pouco mais de conforto: eles dormem em motorhomes, equipados com camas, ar-condicionado e banheiro particular. Mas até isso às vezes deixa na mão.

“Nosso motorhome teve problemas hoje. O chuveiro não funciona mais, deve ser problema de energia”, contou Adrien Metge, piloto francês da Honda South America Rally Team, na categoria das motos. Ele é companheiro de equipe do brasileiro Jean Azevedo.

Para quem não tem um motorhome nem compete por grandes equipes, a situação é bastante diferente e a dependência da estrutura da organização, ainda maior. Além da necessidade de ter que usar os locais coletivos disponibilizados para banho e higiene pessoal, os participantes se aglomeram em espaços pequenos para dormir em barracas, fazer reparos em seus veículos e até improvisar varais para secar as roupas.

Ao longo de todo o parque, os variados tipos de veículos participantes ocupam os gramados do local. E alguns acabam se aglomerando, como no caso das motos de competidores menos badalados, que são posicionadas uma ao lado das outras, com pilotos e mecânicos fazendo os reparos.

Poucos centímetros ao lado, as barracas já estão montadas para dar o mínimo de conforto para quem tem que acordar bastante cedo para a próxima etapa do Dacar e repetir tudo isso no próximo local de descanso.

*O repórter viajou a convite da Honda

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