Torben Grael busca título inédito em Mundial de vela em Florianópolis
Roberto Oliveira*
Do UOL, em Florianópolis
12/04/2015 09h01
De hoje até 16 de abril, na praia de Jurerê, Florianópolis sedia o Campeonato Mundial de vela da classe Soto 40. No raia de disputa, estarão velejadores conhecidos nos mares mundo afora, entre eles, o multicampeão Torben Grael. Dessa vez, porém, o maior medalhista olímpico brasileiro pode ser considerado "azarão".
Mas se explica: Torben Grael nunca disputou um Mundial da categoria Soto 40, cuja principal característica é a união de velocidade, equilíbrio e leveza - o que garante um velejo de alta performance.
"É a primeira vez que a gente vai disputar um Mundial da classe, a gente fez três edições da Copa Mitsubishi de vela, foram eventos com presença praticamente igual a daqui, mas a gente não está super bem preparado, não é muito o nosso foco as regatas de Soto no momento", explicou Grael, nesse sábado, após o treino livre na raia montada em frente ao Iate Clube de Veleiros da Ilha, que recebe o evento.
"Temos um barco um pouco mais antigo, tivemos uma quebra de mastro dois anos atrás, a gente reparou o mastro, mas o barco não é o mais competitivo. Se as condições ajudarem um pouquinho até dá (para brigar por título). Mas a raia aqui é muito constante, não é como a baía de Guanabara, que é um lugar imprevisível, onde a velejada é mais importante do que a performance, aqui as condições são muito constantes", aprofundou o bicampeão olímpico da classe Star, conhecido pela habilidade em ler como poucos as condições de velejo, como marés e ventos.
O veleiro Soto 40, contudo, se baseia no conceito "one design". Isto é, todos os barcos da classe são idênticos quanto ao tamanho, peso e área das velas a fim de igualar as condições de disputa. Mas fatores como a condição do mar e a preparação da tripulação de dez pessoas são fundamentais para o resultado final da competição.
Essa é a terceira edição do Mundial Soto 40 e nunca um barco brasileiro levou o título. Em 2013, no Chile, a embarcação Pisco Sour foi campeã velejando em casa. Já no ano passado, na Espanha, foi a vez do inglês Ngoni sair vitorioso.
Agora, além do Magia V, barco comandado por Torben Grael, o Brasil tem outros quatro veleiros no páreo da raia de Jurerê. Carioca 04, Pajero, Crioula 29 e Carioca 25. Além dos brazucas, mais 6 barcos representam Argentina, Chile e Alemanha, todos com tradição no mundo da vela.
O mais novo campeão mundial de vela da classe Soto 40 será definido em dez regatas a partir de hoje, com média de duas baterias por dia de competição. O sistema de classificação é simples: quem cruza a linha de chegada, pontua de acordo com sua classificação; ao final do evento, quem tiver menos pontos no total leva o título da categoria.
*O repórter está cobrindo o Mundial de vela S40 a convite do patrocinador do evento.