ONG denuncia proibição de mulheres acompanharem partidas de vôlei no Irã
A organização Human Rights Watch (HRW) lançou nesta quinta-feira uma campanha digital para denunciar a proibição a mulheres e meninas de assistir partidas de vôlei no Irã, a fim de impulsionar o respeito dos direitos da mulher no país.
"Desde 2012, o governo iraniano proibiu que mulheres e jovens presenciem torneios de vôlei, e inclusive deteve mulheres que tentaram entrar nos ginásios", comentou Minky Worden, diretora de iniciativas globais da Human Rights Watch.
"Chegou a hora da Federação Internacional de Vôlei atuar para pôr fim a esta discriminação explícita, que é contrária a suas próprias normas e uma desonra para este esporte", acrescentou em comunicado.
Com esta campanha, a HRW pretende conseguir que "a FIVB se comprometa a impedir que o Irã seja sede de torneios de vôlei até que conclua a proibição discriminatória feminina".
"A FIVB não puniu o Irã e nem se pronunciou publicamente contra a proibição, que vulnera o 'Quarto Principio Fundamental' -sobre não discriminação da própria ata constitutiva da FIVB", explica a HRW.
A denúncia coincide com a realização do Campeonato Mundial Masculino de Clubes da FIVB no Brasil, de 27 de outubro a 1 de novembro de 2015, e com a iminente decisão sobre se permitirá que o Irã seja sede de um torneio de vôlei de praia em 2016.
No calendário provisório da FIVB está previsto que de 14 a 19 de fevereiro de 2016, Kish Island acolherá uma prova correspondente ao Circuito Mundial, embora ainda falte a aprovação definitiva que será decidida neste fim de semana.
Em junho, as autoridades iranianas impediram que as mulheres pudessem ir aos ginásios quando o país foi sede de uma série de partidas internacionais contra a Rússia e Estados Unidos no Complexo Deportivo Azadi, em Teerã, durante a Liga Mundial da FIVB.
Esta política, que permite somente a homens presenciar as partidas de vôlei masculino, começou em 2012, quando o Ministério de Esportes e Assuntos de Juventude estendeu ao vôlei a proibição que já impedia mulheres iranianas de acompanharem jogos de futebol masculino.
"Os funcionários iranianos sustentam que a assistência mista em eventos esportivos é 'contrária ao islamismo', atenta contra a ordem pública e expõe às mulheres ao comportamento vulgar dos torcedores de sexo masculino", explica a organização.
"Acabar com a proibição que impede que o público feminino assista partidas de vôlei seria um passo simbólico importante para uma maior igualdade de gênero no Irã, e deveria ser uma questão prioritária para a FIVB", insiste a HRW.