Marido de Fabiana, da seleção de vôlei, acusa Carrefour de racismo
Do UOL, em Santos (SP)
08/04/2023 22h42Atualizada em 09/04/2023 08h37
Vinícius de Paula, marido da jogadora da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino, acusou o Carrefour Brasil de racismo.
O que aconteceu
Vinícius foi às redes sociais para contar sobre o caso de racismo em uma unidade do Carrefour em Alphaville, São Paulo, na última sexta-feira.
Ele foi a um caixa preferencial que estava vazio e não foi atendido pois a funcionária alegou que poderia levar uma multa.
Vinícius foi a outro caixa e, enquanto esperava, viu uma cliente branca ser atendida no caixa preferencial.
"Ninguém soube explicar, mas eu sei o que aconteceu. Sei o que senti. Se o Carrefour não fosse uma empresa com histórico racista, eu ia dizer que foi simplesmente uma situação não comum", disse Vinícius.
Vinícius de Paula afirmou que demorou a entender e chorou no carro: "Coração está doendo".
O que diz o Carrefour
O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa do Carrefour, que enviou um posicionamento oficial:
"A rede informa que a situação com o cliente aconteceu no dia 7/04, às 15h e, imediatamente, a colaboradora foi afastada pela gerência, e no mesmo dia foi desligada. Acolhemos o cliente e nos mantivemos abertos ao diálogo. Repudiamos qualquer tipo de discriminação e temos uma política de tolerância zero contra este tipo de comportamento inadequado."
Próximos passos
Vinícius publicou um vídeo ao lado de Fabiana e seu advogado, Hédio, neste sábado. Ele entrará com uma ação contra o Carrefour.
O advogado criticou a falta de ações enérgicas do Carrefour após outros casos semelhantes.
A situação mais grave foi a morte de João Alberto Silveira Freitas numa unidade de Porto Alegre. O homem negro foi espancado em 2020.
Carrefour é uma empresa que não aprende e não esquece nada. Uma empresa que mata negro, que humilha, que ultraja, que constrange. O que o Vinicius passou ontem é crime, está absolutamente traumatizado do ponto de vista emocional e psíquico. Pelo jeito, o Carrefour não implantou nenhum programa significativo, substantivo. Dessa vez, isso não vai passar impune".