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Após 17 anos, EI chega ao fim; relembre momentos do canal que peitou Globo

André Henning e Vitor Sérgio Rodrigues: a dupla mais conhecida do Esporte Interativo Imagem: Reprodução/TNT

Gabriel Vaquer

Do UOL, em Aracaju

17/01/2021 04h00

Dezessete anos após começar como um projeto esportivo que virou canal de TV e, posteriormente, apenas uma marca, o Esporte Interativo chegará ao fim definitivamente neste domingo (17). Em razão de uma nova estratégia para a América Latina, a WarnerMedia vai aposentar o nome que comprou em 2015. Nesse período, o grande feito do EI no país foi descentralizar os direitos do Campeonato Brasileiro - que deixaram de ser totalmente exclusivos da Globo.

Ao todo, 15 clubes assinaram acordo para o Brasileirão com o grupo. Esses times continuarão sendo exibidos pela TNT, mas com outra marca: TNT Sports, que já existe na Argentina e será adotada também no Chile. O EI Plus, serviço de streaming, também muda de nome e passa a se chamar Estádio TNT Sports.

A abertura desse novo momento será com a transmissão de Internacional x Fortaleza, a partir das 20h30 deste domingo. Na prática, só o nome muda. A TNT segue com exibições da Champions League, NationsLeague, Campeonato Italiano, entre outros eventos, mas sem usar a marca EI.

O UOL Esporte lista os quatro maiores momentos do Esporte Interativo em sua história.

1) Divisão do Brasileirão

Em 2015, a Turner comprou o Esporte Interativo numa operação de R$ 400 milhões - entre pagamento bruto, investimento técnico e compra de direitos. Poucos meses antes, quando tinha 30% das ações do canal, a Turner fechou a aquisição da Uefa Champions League, tirando o evento da ESPN Brasil após 20 anos. Após esse passo ambicioso, a programadora queria mais. Em 2016, passou a negociar com clubes insatisfeitos com o tratamento da Globo para tentar transmitir o Campeonato Brasileiro a partir de 2019 na TV paga.

Ao todo, 17 clubes foram convencidos a assinar contrato: Athletico-PR, Coritiba, Figueirense, Internacional, Ponte Preta, Santos, Santa Cruz, Bahia, Ceará, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Paraná, Fortaleza, Juventude e Palmeiras.

Poderia ser mais: a Turner prometia um pagamento nove vezes maior comparado à Globo e quase levou o São Paulo, que ficou balançado com a proposta. A emissora carioca, num ato de resposta, igualou os termos propostos pela sua concorrente - como divisão de valores por desempenho e número de transmissões na TV.

Em 2020, a Turner cogitou rescindir contrato com os clubes que atualmente estão na primeira divisão por discordâncias na relação. Após um litígio, a empresa resolveu os problemas e manteve o contrato, com possibilidade de saída sem pagamento de multa aos times em 2022.

2) Copa do Nordeste

A Top Sports foi uma agência de marketing que criou o Esporte Interativo em 2004. Antes disso, a empresa prestou serviços para a Liga do Nordeste e organizou todo o marketing da Copa do Nordeste no fim da década de 1990.

Em 2010, a empresa, já dona da TV Esporte Interativo, tentou recriar o evento, mas sem grande repercussão. Novos estudos foram realizados, e, em 2013, a Copa do Nordeste voltou como um torneio anual no primeiro semestre.

A promoção, aliada ao desejo dos clubes, fez o evento ressurgir com muita força. Entre as iniciativas destacadas, estiveram um canal de TV exclusivo sobre o futebol do Nordeste e uma atração diária gerada do Recife na programação do canal, o "Resenha Esporte Clube".

Cobiçada devido a premiação em dinheiro, a Copa do Nordeste virou um evento de primeira prateleira no Esporte Interativo, que exibiu a atração entre 2013 e 2018. Após o fim do EI como canal de TV, o Fox Sports assumiu a exibição do torneio na TV paga. Mas, até hoje os fãs de futebol nordestino agradecem o EI por ter valorizado os times da região como nunca antes havia acontecido.

3) Mundial de Handebol 2013

Fora do radar das grandes TVs esportivas naquele ano, o Mundial de Handebol feminino em 2013 foi uma aposta do Esporte Interativo. A expectativa estava numa geração que vinha fazendo bonito em competições anteriores e que poderia chegar muito longe.

Para ajudar na cobertura, a repórter Monique Danello foi enviada para a Sérvia, onde aconteceu a competição. Com uma campanha com jogos épicos e uma repercussão grande nas redes sociais, o título inédito só foi mostrado pelo Esporte Interativo e até hoje é lembrado com carinho por fãs de esportes olímpicos.

4) Fim do canal de TV em 2018

Em 2018, o Esporte Interativo vivia a expectativa de exibir o Campeonato Brasileiro a partir de 2019. Em julho daquele ano, outra boa notícia: a renovação por três anos da Champions League. O cenário era o melhor possível. Mas em agosto, veio o baque: a Turner decidiu encerrar o Esporte Interativo como canal de televisão após 11 anos de história - sua fundação foi em 2007 em TV aberta.

Foram mais de 200 profissionais demitidos. Dentre os poucos que ficaram, estavam o narrador André Henning e o comentarista Vitor Sérgio Rodrigues. Quem continuou, seguiu no bloco esportivo que virou a marca com transmissões na TNT.

Mas essa história acaba hoje, após dois anos e meio. O Esporte Interativo, na marca como conhecemos, chega ao fim.

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