Topo

Fãs usam até vassouras e fazem esporte de Harry Potter virar realidade

Giselle Hirata

Do UOL, em São Paulo

22/10/2013 06h00

A escritora J.K. Rowlling, autora da saga de Harry Potter, não só criou um mundo mágico como também inventou um esporte, o Quadribol, uma mistura entre o rúgbi, o dodgeball e o futebol americano. Com a febre dos livros e dos filmes, a modalidade se popularizou e até ganhou uma versão real, para ser jogada por “trouxas” (termo utilizado para denominar pessoas que não são bruxas no filme).

E, embora não seja possível voar, a vassoura é um item obrigatório. “São usadas em respeito à tradição dos livros e dos filmes. Elas são a identidade do jogo, assim como as raquetes no tênis e os tacos no beisebol”, explica Diogo de Vasconcellos, capitão do Rio Ravens, time carioca de quadribol, um dos poucos existentes no país.

O esporte ainda engatinha no Brasil e não possui nenhum campeonato ou associação, mesmo que de forma amadora. As equipes mal conseguem marcar amistosos contra outras pela distância entre as cidades dos curiosos que decidiram recrutar pessoas para jogar.

Além do carioca Rio Ravens, existem ainda o Magic Island, em Santa Catariana; Marauder’s Army, de São Paulo; Snitch Quidditch, de Minas Gerais; e Teresina Quadribol Terrestre, no Piauí.

“O único problema é que aqui ainda existe uma resistência muito grande a novos esportes. O quadribol, por exemplo, ainda é visto como uma brincadeira de criança ou algo que apenas fãs da saga podem jogar”, relata Diogo de Vasconcellos.

A realidade é bem diferente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo. Lá, o quadribol é considerado um esporte universitário e tem até uma associação internacional (IQA – International Quidditch Association), que coordena torneios nacionais e uma copa mundial – que, em 2014, celebrará a sua sétima edição.

De acordo com a associação, existem mais de 300 times oficiais cadastrados em todo o mundo. E entre os países que competem no mundial estão Estados Unidos, Austrália, Canadá, Inglaterra, Itália e França. “Infelizmente, o Brasil fica de fora. O esporte ainda está se firmando por aqui e os times são totalmente amadores, sem nenhum tipo de renda ou incentivo. Isso dificulta a compra de material adequado e inviabiliza viagens para os torneios oficiais”, lamenta Diogo.

O mesmo diz Ruth Issaho, capitã do time paulista Marauder’s Army. “No exterior, os times são fundados em universidade e recebem ajuda das instituições com as despesas. Aqui é um pouco mais complicado, principalmente porque o quadribol é considerado “diferente”. Já fomos convidados para jogar na Copa Mundial, mas tivemos que recusar por falta de recursos”, conta.

Logo de cara, o quadribol pode parecer um esporte estranho, voltado apenas para fãs de Harry Potter. Mas, há quem diga o contrário. “No Brasil, muita gente associa o jogo a crianças, já que Harry Potter é considerado algo infantil. Mas, em outros países, o esporte é levado bem a sério e muitos jogadores sequer sabem que o quadribol saiu dos livros e dos filmes”, diz Ruth.

Segundo o IQA, o quadribol pode ser jogado por qualquer pessoa, como crianças e adultos de ambos os sexos. “Garotos e garotas podem jogar no mesmo time. Inclusive, há uma regra que diz que o time deve ser misto”, explica Ernest Afflu, jogador do time de quadribol de Harvard. Para ele, o esporte tende a ganhar cada vez mais adeptos, uma vez que não faz distinções entre seus jogadores. “É uma boa maneira de integrar pessoas com mesmos gostos e, de quebra, deixar o sedentarismo de lado”, completa.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Fãs usam até vassouras e fazem esporte de Harry Potter virar realidade - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Esporte