Cigano muda estratégia e equipe para reaver prestígio e nocaute no UFC 160
Evelyn Rodrigues
Do UOL, em Las Vegas (EUA)
22/05/2013 06h00
Há cinco meses Junior Cigano partia de Las Vegas rumo ao Brasil levando na bagagem o momento mais difícil de sua carreira: a perda do cinturão dos pesos pesados e a quebra de sua invencibilidade no UFC. Agora, ele está de volta à cidade para buscar a redenção contra Mark Hunt, no UFC 160, neste sábado.
De lá para cá, ele tentou superar o ocorrido buscando entender quais fatores prejudicaram a sua performance, além de corrigir os erros que o levaram a perder o principal título conquistado em sua carreira.
“Eu acho que eu aprendi bastante com tudo o que aconteceu. Quando você vem de um resultado negativo, aprende muito mais do que quando você vem de uma vitória. Justamente por isso acredito que a gente se profissionalizou mais, parou de levar tudo 'nas tora', que nem a gente fala (risos)”, explicou o ex-campeão em entrevista ao UOL Esporte.
“Agora eu tenho acompanhamento não só de um nutricionista, mas também tenho um fisiologista comigo em todos os treinos. A gente controla tudo e vê como eu estou me sentindo, se eu posso exigir mais do meu corpo, se eu tenho que descansar um pouco mais. Então, eu aprendi realmente muita coisa com a última luta, principalmente a me cuidar melhor”, diz Cigano, explicando que um dos pontos que precisava de atenção era a frequência de treinos.
Luiz Dórea, treinador de boxe do atleta, confirma a maior preocupação com o excesso de treinos, mas garante que isso não influenciou drasticamente o camp de Cigano para o duelo contra Mark Hunt no MGM Grand Garden Arena.
“Nós mantivemos a base do treinamento, mas estamos sempre evoluindo. Eu sempre falo que o treinamento é o laboratório. O campeão é feito na academia, ele treina duro justamente para antecipar tudo o que acontece ali no octógono.
"E contra o Cain, além dessa questão do overtraining, ele (Cigano) também não estava com o lado psicológico legal", conta. “Mas como eu digo, dois raios não caem no mesmo lugar, já passou, já foi superado. No geral o treinamento foi muito bom e ele teve um desenvolvimento excelente na parte tática, na parte de força, ele está conseguindo se superar em tudo. Nós mudamos algumas coisas na parte de estratégia e na parte tática, mas vocês só vão ver no sábado”, brincou.
Recuperação e nova disputa de cinturão
O duelo contra Hunt pode definir a nova chance de Junior dos Santos ao cinturão dos pesados do UFC e o brasileiro sabe que para voltar a ser campeão, perder não é uma opção no sábado à noite. “Para mim essa é uma luta mais importante do que a minha última, porque agora eu estou vindo de um resultado negativo e realmente não é bom lutar na posição em que eu estou agora. Mas graças a Deus eu tenho essa característica de ser muito confiante. Treinei duro como sempre para dar o meu melhor, tenho uma história de superação na minha vida e não vou desistir na primeira adversidade. Superar desafios faz parte e eu só quero fazer as pazes com a vitória no sábado à noite”.
Sobre o seu oponente no UFC 160, o “Super Samoan” Mark Hunt, Cigano afirma que tem muito respeito pelo ex-campeão do K-1 e ressalta algumas semelhanças entre ele e seu adversário: “Eu acho que vai ser interessante para o público o ver dois pesos pesados trocando porrada. Claro que é MMA e tudo pode acontecer, mas eu também não descuido das outras áreas e uma das principais coisas que eu aprendi na última luta é que a gente tem que usar todas as armas possíveis para conquistar a vitória. Às vezes não basta você ter uma estratégia só, você precisa de várias e precisa também saber mudar na hora certa. Caso precise, eu posso levar essa luta para o chão, mas eu sou muito confiante de que eu posso nocautear qualquer um e eu vou em busca do nocaute novamente.”