Veja o que faz o "Mágico", melhor do mundo do futsal que tem Falcão tatuado
Fábio Aleixo
Do UOL, em São Paulo
10/09/2016 06h01
O melhor jogador do mundo no futsal nos dois últimos anos fala português, é grande admirador de Falcão, mas não é brasileiro. O craque em questão é Ricardo Filipe da Silva Braga, ou simplesmente Ricardinho. O atleta de 31 anos, com apelido típico de brasileiro, é o principal nome da seleção de Portugal e um dos maiores destaques da Copa do Mundo que começa neste sábado na Colômbia e vai até o próximo dia 1º.
A admiração por Falcão é tão grande que desde os 18 anos de idade ele carrega em sua panturrilha esquerda uma tatuagem com o nome do brasileiro e o número 12. Desde pequeno, quando vivia na cidade Valbom assistia a vídeos do principal atleta da equipe verde e amarela.
“Falcão é uma referência para mim e para todos os jogadores do mundo. Não só pelo que joga, como pela divulgação que faz para o nosso esporte, além dos títulos que já conquistou”, afirmou Ricardinho após um encontro com o brasileiro no ano passado durante uma competição amistosa em Brasília. Foi uma das inúmeras vezes que o caminho de ambos se cruzaram nas quadras.
Ricardinho é oito anos mais novo que Falcão e não tem tantas conquistas quanto o brasileiro – principalmente quanto o assunto são torneios de seleções – mas não deixa nem um pouco a desejar quanto a sua intimidade com a bola e a habilidade dentro das quatro linhas.
O carinho com que trata a redonda e as jogadas incríveis que é capaz de realizar lhe renderam o apelido de “Mágico”. E não à toa. No começo deste ano, ele encantou a fazer vários golaços durante o Campeonato Europeu, no qual Portugal acabou eliminado nas quartas de final pela campeã Espanha.
Ricardinho, que hoje defende o Inter Movistar (ESP), começou a se destacar para o futsal defendendo o Benfica, clube do coração. Ficou lá entre 2003 e 2011, com pequenas incursões ao Japão para jogar pelo Nagoya Oceans e à Rússia, onde atuou pelo CSKA Moscou. Pelos Encarnados, conquistou cinco Ligas Portuguesas, quatro Taças de Portugal, três Supertaças de Futsal e uma Copa da Uefa.
Sua estreia na seleção portuguesa aconteceu em 2007 e desde então se tornou o principal atleta da equipe que ainda briga para ser uma potência no mundo. Até hoje, os melhores resultados de Portugal foram o vice-campeonato Europeu em 2010 e as quartas de final do Mundial da Tailândia, em 2012. Agora, com o status de melhor do mundo, espera dar um passo adiante. O debute no Mundial acontece às 22h (de Brasília) contra os anfitriões.
“Ser melhor do mundo é o momento, e neste momento sinto sim que estou em melhor forma e sou sim o melhor do mundo. Jogar na melhor liga do mundo e em uma equipe que está sempre disputando os títulos também ajuda”, afirmou em entrevista ao jornal A Bola.
Relação próxima com Cristiano Ronaldo
Ídolo de Portugal nas quadras, Ricardinho é amigo do principal jogador português nos campos: Cristiano Ronaldo. Os dois costumam trocar mensagens por celular e diversas vezes Ricardinho já foi convidado por CR7 para assistir a jogos do Real Madrid em seu camarote no Santiago Bernabéu. O astro do futsal também vive na capital espanhola.
“Eu já fui mas dez vezes pelo menos no camarote, estive com sua família, brinquei com o filho. Tive momentos muito legais. Confesso que até hoje não pedi nenhuma foto para ele. Não que ele fosse se incomodar, mesmo porque está acostumado. Mas não houve um momento adequado ainda. Porém já tenho a sorte de estar ali, convivendo com ele”, contou Ricardinho em documentário produzido pelo A Bola.
“Mas eu ainda gostaria de ter a chance de bater bola com ele, conversar um pouco mais sobre futsal. Sei que ele nos segue e respeita muito o nosso trabalho”, prosseguiu.
Melhor do mundo também é viciado em carros e pôquer
Além da paixão pelo futsal, Ricardinho também é fissurado em carros e pôquer. Jogar cartas é um hobby que mantém com os colegas da seleção e do Inter Movistar. Antes organizava torneios em Portugal, mas após mudanças na lei do país envolvendo jogos de azar. Agora faz rudo de maneira mais amadora.
“Nas viagens do Inter de ônibus, que geralmente duram umas seis horas, a gente passa umas quatro jogando pôquer. Posso dizer que é um vício que tenho e ultimamente tenho saído muito bem, ganhando várias partidas. Gosto do pôquer pois você usa muito a cabeça. Você vai ganhando confiança nas suas ações. É algo que você pode levar para o seu dia a dia”, afirmou.