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Presidente da LaLiga promete condenações por casos de racismo contra Vini

Vini Jr, do Real Madrid, comemora gol marcado sobre o rival Barcelona em jogo do Campeonato Espanhol Imagem: Jose Manuel Alvarez/Quality Sport Images/Getty Images
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Javier Tebas, presidente da LaLiga, esteve no Sports Summit São Paulo 2024 e falou sobre as ações da liga espanhola contra os episódios de racismo sofridos por Vini Jr.

O que aconteceu

Acho que daqui a duas ou três semanas veremos duas condenações a pessoas por insultos racistas a Vinícius. Não quero falar de que lugar, porque há vários lugares onde vamos conseguir essa condenação. Javier Tebas

Tebas reforçou que a ajuda dos próprios torcedores é muito importante. O executivo cita que as pessoas que estiverem do lado do 'infrator' devem ser os primeiros a denunciá-lo.

"Denunciar não é ser traidor, nem ser uma má pessoa, é ser um bom cidadão. E, assim, na próxima vez que houver um insulto na arquibancada, os primeiros que vão pegar o energúmeno, ou dois, ou três, serão os torcedores que estão ao lado", disse.

O presidente da LaLiga também comentou sobre a ajuda da tecnologia no combate ao racismo no futebol espanhol. Tebas mencionou que as câmeras conseguem pegar toda a dimensão da arquibancada, facilitando a identificação dos infratores.

"Sabendo o momento em que aconteceu, essas câmeras identificam o insulto e o gesto, porque normalmente são insultos com gestos. Conseguimos localizar e expulsar essas pessoas", pontuou.

Vini já foi alvo de diversos episódios racistas na Espanha e virou protagonista da luta antirracista no futebol. "Os racistas devem ser expostos e os jogos não podem continuar com eles nas arquibancadas. Só teremos vitória quando os racistas saírem dos estádios direto para a cadeia, lugar que merecem", disse o brasileiro em março.

Confira na íntegra a declaração de Javier Tebas

"Em primeiro lugar, evidentemente, algo não estávamos fazendo bem quando ocorreu o que ocorreu. A primeira coisa é reconhecer que algo não estava funcionando bem. Os incidentes em Valência foram o reflexo de algo não estava bem, ainda que fizéssemos coisas contra o racismo, porque já tínhamos feito. Mas algo não estava bem. Que alguns energúmenos aí na primeira fila fizessem aquilo... não podia ser.

A partir daí percebemos que teríamos de focar em várias frentes. Um que é óbvio, mas temos que trabalhar, que é a comunicação e a conscientização. Fizemos uma campanha contínua contra o racismo em todos os estádios, na televisão, mas isso não é suficiente... É preciso agir.

Percebemos, também, que as denúncias que fazíamos, o Ministério Público entendia que não eram suficientemente claras para dizer "isso é um crime de ódio, temos que chegar até o final". Nisso já conseguimos uma mudança. Acho que daqui a duas ou três semanas veremos duas condenações a pessoas por insultos racistas a Vinícius. Não quero falar de que lugar, porque há vários lugares onde vamos conseguir essa condenação.

Isso nos levou também a uma maior implicação de nosso departamento jurídico, de ir ao Ministério Público, reunir-se com o MP do Estado, especializado em delitos de ódio, para explicar bem a situação, e pedir que fossem mais duros ao condenar esse tipo de casos.

Também trabalhamos muito com a tecnologia, para uma rápida identificação de torcedores que cometem delitos racistas nos estádios. Isso nos permite localizar as pessoas que fazem insultos racistas antes que o jogo acabe. Com câmeras que pegam toda a arquibancada, e que podem dar zoom em qualquer parte da torcida. Sabendo o momento em que aconteceu, essas câmeras identificam o insulto e o gesto, porque normalmente são insultos com gestos. Conseguimos localizar e expulsar essas pessoas.

Também conseguimos localizar pessoas que fizeram insultos racistas fora dos estádios. Resumindo, atualizados nossas ações e não vamos parar até que isso acabe. Sabemos que é um túnel que ainda não vemos o final, mas temos que continuar trabalhando para chegar um dia ao final. Se não andarmos pelo túnel, nunca veremos o final. Uma boa comunicação ajuda, mas é preciso ter ações.

Agora a federação começou a tomar essas decisões. Mas nós somos mais rápidos, já demonstramos que atuamos sem pensar no que as pessoas vão dizer. Os torcedores dizem que 'condenam os inocentes por causa de quem fez algo errado', mas bem... Nós entendemos que é muito importante que, quando houver um insulto, as pessoas ao lado têm que apontar o dedo.

Denunciar não é ser traidor, nem ser uma má pessoa, é ser um bom cidadão. E, assim, na próxima vez que houver um insulto na arquibancada, os primeiros que vão pegar o energúmeno, ou dois, ou três, serão os torcedores que estão ao lado, que sabem que isso não pode acontecer num estádio."

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