Escola de atores? Técnico do Santos revela briga fake em cobrança de falta

O técnico Marcelo Fernandes revelou uma "briga ensaiada" no Santos para uma cobrança de falta durante a vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, na Vila Belmiro.

Marcos Leonardo encenou uma irritação com Lucas Lima e Jean Lucas e ficou ao lado, fingindo descompromisso, antes de receber a bola e finalizar para boa defesa do goleiro Gabriel.

Teatrinho: "A torcida reclamou, mas foi treinado, tudo treinado. Estou entregando ouro de repente, mas tudo bem, a gente faz outra".

Análise do jogo: "Queríamos muito mudar o quadro pelo que aconteceu em Porto Alegre [7 a 1 para o Inter]. Pelo que a torcida passou, nós também, e precisávamos ganhar".

Pós-7 a 1: "Conversa foi clara no auditório, eu e eles. Falamos que não perdemos sete pontos, perdemos três".

Vladimir, o goleiro do 7 a 1: "Tem oito troféus, fui campeão com ele e Lucas Lima, defendendo todos os pênaltis contra o Palmeiras. Pedimos respeito a ele e todos os outros, sem bode expiatório".

Veja a entrevista coletiva de Marcelo Fernandes na íntegra

Análise do jogo

"O comportamento do time... Sabíamos que seria difícil, estamos ansiosos, fizemos o gol cedo e sentimos o pênalti, que foi absurdo. Braço do Dodô atrás e deram pênalti. Absurda a linha traçada no gol do Marcos Leonardo também. Após a expulsão do Willian [Farias], ficamos ansiosos para fazer as coisas truculosamente. Colocamos o Furch para segurar a bola, abrimos Braga e Soteldo. Queríamos muito mudar o quadro pelo que aconteceu em Porto Alegre. Pelo que a torcida passou, nós também, e precisávamos ganhar. Tivemos falhas normais de uma equipe ansiosa, mas o importante é a vitória. Estamos numa situação ruim ainda, não falo de prognóstico. Estamos no bolo e vamos lutar até o fim, dando tudo e mais alguma coisa para manter o Santos no seu devido lugar".

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Teve medo da expulsão do Joaquim e gols em jogadas ensaiadas

"Teve outra que a torcida reclamou, mas foi treinado, tudo treinado. Estou entregando ouro de repente, mas tudo bem, a gente faz outra. Pessoal vaiou, mas o árbitro atrapalhou a jogada ensaiada".

"Fomos para o vestiário e falamos com o Joaquim, ele é nosso melhor cabeceador. Jogo aéreo muito bom, procuramos tranquilizá-lo, colocamos o Rincón perto e ele fez grande jogo, como toda equipe. Sempre pensamos nisso, mas não em tirar, é nosso jogador mais rápido em bola rápida de fundo".

Pós-7 a 1

"Conversa foi clara no auditório, eu e eles. Falamos que não perdemos sete pontos, perdemos três. Falei sobre o bom desempenho das três vitórias e também na derrota do Bragantino. Falam que eu tinha que mexer no primeiro tempo. Se fosse para mexer, eu teria que mexer em 11. E não colocaria cinco para pagar o pato".

Vladimir

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"Falaram que o Vladimir foi afastado, que seria dispensado. Tem oito troféus, fui campeão com ele e Lucas Lima, defendendo todos os pênaltis contra o Palmeiras. Pedimos respeito a ele e todos os outros, sem bode expiatório. Teve problema no ciático e preservamos, mas no domingo volta ao banco de reservas. É excelente profissional e deu muito ao clube. Peço respeito, eu protejo jogadores. Se o Vladimir fosse tudo isso, não estaria aqui. Tem oito troféus, merece respeito. Não é qualquer um que tem isso. Jogamos também por ele e por essa torcida maravilhosa".

Projeção

"A gente faz jogo a jogo, não falamos de perder aqui, ganhar ali, empatar. Está nas nossas mãos tudo que temos que ser feito. Não precisamos ver adversário. Se acontecer no final e não vai, temos que nos preocupar. Ligaram a televisão no jogo do Inter e mandei desligar, isso deixa ansioso. Olhamos a tabela, mas não pensamos na frente. O Coritiba ganhou do Atlético-MG em Minas, joga com vontade e garra, grande treinador da casa. Jogo muito difícil, como serão todos os outros. O time jogando com essa intensidade e competindo assim, vamos seguros contra todos os adversários muito difíceis".

Confiança abalada

"É aquela coisa. Se fossemos prever com o que o Santos fazia de pontos, seria normal perder para Bahia e Palmeiras, iríamos hoje para 27 pontos. 30 com a vitória do Red Bull talvez. Lógico que o jogador sente, confiança estava alta pelos três jogos. Fomos valentes contra o Red Bull. Em Porto Alegre, acendeu a luz vermelha pelo aspecto psicológico. Descartei esse jogo, não aconteceu. Tínhamos coisa perto, as quatro partidas, três vitórias. Não sei se Palmeiras e Bahia perderão em casa de novo. Essa molecada está centrada, o Gallo também, fazemos de tudo. Já concentraremos amanhã e ficamos para o jogo do Corinthians. Não correremos risco. Essa viagem do Inter pode ter prejudicado, chegamos às 18h para jogar 16h. Não é desculpa, mas vamos fazer tudo. Não ganhamos nada ainda, é zona perigosíssima. As três vitórias nos colocaram de igual para igual com qualquer um. Nos colocamos nesse bolo, a distância era grande. Agradeço aos jogadores pela dignidade, vestem a camisa. Teremos nove jogos muito difíceis e faremos tudo para conquistar nosso objetivo".

Um turno inteiro sofrendo gols

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"Não chega a ser um peso. Irrita, claro, a gente também. Vamos falar a verdade: jogamos dois jogos com três zagueiros e levamos 10 gols, é complicado. Trabalhamos muito, vamos ganhar de 1 a 0 ainda. Saímos perdendo do Bahia e Palmeiras e viramos. Trabalhamos muito, principalmente na entrada da área, alas fechando bem. Estão de braços abertos para ajudar e nós trabalhamos para equacionar erros. Tivemos partida exuberante atrás, pênalti que não foi, e agora é já pensar no Corinthians".

Soteldo de meia ou ponta

"A gente pensa no Soteldo até na frente dos dois volantes, gosta muito de fazer isso. A gente tem essa chance. Eu colocaria o Patati, ele viria para essa função, mas saiu o gol, segurei o Patati, não precisava abrir tanto. Coloquei o João Lucas, o Maxi fez esse 10 que ele gosta e deixamos equipe centrada para a bola aérea. O Soteldo pode ser usado por dentro ou por fora. O Soteldo ele é um jogador importantíssimo, desequilibra pelo jogo dele e trabalha demais. Não foi à toa o que fez pela Venezuela, academia, volta, treina, feliz com a filhinha nova. Se dedica demais ao clube, muito firme e fiel no propósito".

Dificuldade pelo lado direito

"Quando mudamos no intervalo, era para ficar com três zagueiros e o Lucas Braga fechando a linha de quatro, mas queríamos ele espetado em cima. O jogo, pelo Soteldo, que é procurado automaticamente, ficou muito pela esquerda. Eu trocaria o Braga pelo Patati, depois o Braga desceu. O Braga dá muito pelo clube, é um beirada pela esquerda, posição que gosta. Jogou de ala comigo e Carille, se pedir para jogar de zagueiro vai jogar. Treina demais, querido por todos. Reafirmo que montamos linha de quatro falsa com ele, precisávamos de profundidade e não tínhamos tanto".

Marcos Leonardo na seleção?

"Ele já é convocado em todas as seleções que teve oportunidade, sub-17, sub-20... Tem muita qualidade, precisa ser pensado sim. Moleque novo, com ímpeto, finalização maravilhosa. O gol anulado foi absurdo, está com o celular desesperado mostrando a linha para todos. Passou processo difícil, viu Deivid Washington sair, difícil assimilar o golpe. Treina mais, se dedica, é um seríssimo candidato a ser centroavante do Brasil. Depois desse ano vai para a Europa e é um cara a ser pensado, sim".

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Extracampo

"Nós não tememos nada. O Santos quer é igualdade de condições, jogo normal para todos, com arbitragem normal. Hoje teve esses dois lances. Esse juiz deu o pênalti do Zanocelo naquele carrinho. Não cabe a mim. O Gallo é meu superior, executivo de futebol e se pronunciou. O clube está empenhado, vai muito para a CBF e isso é importante. A gente acredita que um campeonato tão equilibrado precisa ter arbitragem normal e acreditamos. Só pedimos lisura".

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