Como São Jorge, o "santo guerreiro", virou o padroeiro do Corinthians
Do UOL, em São Paulo
23/04/2021 10h47
O dia 23 de abril é Dia de São Jorge, o "santo guerreiro" que é festejado em vários países e teria virado padroeiro do Corinthians por uma coincidência, há quase 100 anos. Outra versão cita ainda o Corinthian FC, que inspirou a fundação do Alvinegro. O UOL Esporte te conta essas histórias abaixo.
No ano de 1926, após usar o Campo do Lenheiro e o Estádio da Ponte Grande, o Corinthians comprou um terreno às margens da Marginal Tietê, em São Paulo, para construir ali seu novo campo e sua sede social. O endereço da nova casa era (e ainda é) na Rua São Jorge, de modo que o logradouro batizou o complexo esportivo e, por extensão, o clube teria ganhado um padroeiro.
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O batismo de praças esportivas com uma referência geográfica é bastante comum no futebol brasileiro. Maracanã, Morumbi e Pacaembu, para ficar nos exemplos óbvios, todos levam os nomes dos bairros em que estão; a diferença do Parque São Jorge é que a referência é à rua, não à região —se assim fosse, poderia ser algo como Parque Tatuapé.
O responsável pelo batismo nos Anos 1920 teria sido Ernesto Cassano, o então presidente corintiano. Já em 1941, o presidente Manoel Correcher mandou fazer um santuário em uma fonte dentro do terreno —a Fonte de São Jorge—, o que deu início a uma lenda ainda hoje difundida no clube social: quem beber daquela água é corintiano para sempre.
Há, porém, outra versão para a relação do clube com o santo. São Jorge era o padroeiro do Corinthian Football Club, que excursionou pelo Brasil em 1910 e serviu de inspiração para a criação do Corinthians. Nesta versão, os cinco fundadores teriam resolvido também herdar a devoção do time inglês.
Seja como for, a relação Corinthians-São Jorge se tornou amplamente popular e caiu no gosto dos torcedores principalmente pela associação a partir do estigma de guerreiro. A música "Ai, Corinthians", do compositor Paulinho Nogueira, por exemplo, pedia forças ao santo para superar a fila de 23 anos sem título; mais recentemente, o clube lançou uma camisa grená em homenagem ao padroeiro. O santo já foi citado até em samba-enredo da Gaviões da Fiel e é cantado no estádio até hoje.