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Descoberta tardia e ascensão meteórica: Viña vira protagonista em dois anos

Matias Viña comemora gol do Palmeiras contra o River Plate Imagem: Juan I. Roncoroni ? Pool/Getty Images

Eder Traskini

Do UOL, em Santos (SP)

10/04/2021 11h00

No Brasil, o torcedor está acostumado a acompanhar as promessas de seu clube favorito desde os mais tenros anos. O destaque do sub-11 já é conhecido do torcedor mais aficionado, que monitora de perto sua evolução. No caso do uruguaio Matías Viña, do Palmeiras, a história foi bem diferente.

Natural de Empalme Olmos, cidadezinha de 4 mil habitantes ao norte da capital Montevidéu, Viña sempre atuou no Unión, clube que ficava a uma quadra de sua casa, e depois mudou para o Ferrocarrilero, também da cidade, que jogava campeonatos da OFI (Organização de Futebol do Interior).

Durante o período teve a oportunidade de ir para o Danubio, mas ouviu da mãe que era momento de estudar e que as oportunidades surgiriam no futuro. E surgiram. Aos 16, foi para o River de Montevideu, mas não gostou do que encontrou e voltou para Empalme Olmos.

No ano seguinte surgiu o Nacional, clube do coração de Viña, mas se engana quem pensa que a carreira do uruguaio deslanchou a partir dali. Com 17 anos, o jogador teve uma fratura na clavícula e ficou meio ano parado. No entanto, mesmo lesionado, Matías Viña já impressionava por seu profissionalismo na recuperação.

Quando retornou, obrigou o técnico da equipe sub-19, Carlos Rodao, a mudar o esquema tático. Acontece que aquela categoria tinha na lateral-esquerda o melhor valor da equipe: Mathías Oliveira, hoje no Getafe (ESP). O treinador, no entanto, logo viu que Viña não poderia ficar no banco e mudou o esquema para acomodar os dois atletas: Viña como zagueiro pela esquerda em linha de três e Oliveira como ala.

Em pouco tempo, Viña já estava na seleção sub-20 do Uruguai, onde se tornou campeão sul-americano da categoria em 2017, sendo ele próprio carrasco do Brasil no torneio, marcando um gol no último lance do duelo. Depois, o uruguaio participou do Mundial da categoria, em 2017, e começou a despontar, mas ainda parecia pouco para ganhar minutos no Nacional.

Subiu ao profissional em 2018, mas não teve chances de atuar, jogando apenas quatro minutos durante toda a temporada. Então, em 2019, aos 21 anos, finalmente se iniciou a história de sucesso de Matías Viña. Ele começou o campeonato uruguaio como zagueiro pela esquerda, mas logo passou a lateral.

Ganhou tamanha notoriedade logo em sua primeira temporada profissional que foi eleito o melhor jogador do torneio, algo raro para um lateral. Logo chamou atenção do futebol do exterior: Palmeiras e Milan (ITA) eram os principais interessados.

O Verdão ganhou a concorrência e pagou 3,5 milhões de euros pelo jogador no início da temporada passada. No Verdão, o sucesso foi imediato. Além dos títulos da equipe, Viña ainda se sagrou o melhor lateral-esquerdo da América na conquista da Copa Libertadores.

"No começo, me custou o tema do ritmo do futebol brasileiro, queria fazer o mesmo que fazia no Uruguai e não tinha físico para terminar as partidas. Fui aprendendo que não tinha que ir em todas as jogadas, em algumas seria apenas o apoio; quando comecei a me dar conta dessas coisas, distribui melhor meu potencial físico e por sorte hoje posso estar muito melhor", disse em entrevista recente à rádio 890.

Com a camisa alviverde, o uruguaio já conquistou o Paulistão, a Copa do Brasil e a Copa Libertadores. Neste domingo, Viña tem a chance de conquistar a quarta taça, no confronto com o Flamengo pela Supercopa do Brasil, às 11h, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

O duelo também fará o lateral subir ainda mais na história do Palmeiras, independente do título: será o 53º jogo de Viña pelo Verdão, colocando o atleta como o quarto uruguaio que mais atuou pelo clube. O líder é antigo lateral-direito Diogo, que somou 146 partidas.

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