Cinco motivos que explicam por que 120º aniversário da Ponte é histórico

120 anos de história, ininterruptos. A marca alcançada hoje pela Ponte Preta é única no Brasil. Fundado em 11 de agosto de 1900, o clube campineiro constrói desde então uma trajetória para lá de especial no futebol nacional, recentemente incrementada com mais uma vitória marcante no Campeonato Paulista — eliminando o Santos, nas quartas de final, em plena Vila Belmiro.

Para comemorar o aniversário da Macaca, o UOL Esporte preparou uma lista com cinco motivos que explicam por que o seu 120º aniversário é histórico e precisa ser tão festejado! Confira:

A pedra no sapato dos grandes

Não é raro ver a Ponte Preta chegando nas fases de mata-mata do Campeonato Paulista e, inclusive, eliminando os grandes. Foi assim neste ano, quando deixou o Santos para trás com uma vitória de virada. Em 2017, a Macaca já havia eliminado o Peixe (quartas) e Palmeiras (semi), com direito a uma vitória épica por 3 a 0 sobre o Alviverde, no Moisés Lucarelli. Ainda nesta década, a Ponte bateu o Corinthians nas quartas de final de 2012.

Sempre por cima, no Brasil ou em São Paulo

Contrariando o retrospecto recente de grandes clubes do Brasil, a Ponte Preta figura entre a primeira e a segunda divisão do futebol nacional desde 1991, com 14 participações na Série A desde então. São 30 anos sem saber o que é Série C. Já em São Paulo, a Macaca está na elite desde 2000 - foi vice em 2008 e 2017 - e nunca caiu para a A-3 em toda sua história.

Recentemente, ainda entrou para a história com a decisão da Copa Sul-Americana de 2013. Depois de uma campanha surpreendente com direito a eliminações em cima de Vélez Sarsfield (quartas) e São Paulo (semifinal), a Macaca ficou com o vice diante do Lanús, enchendo a torcida alvinegra de orgulho mesmo com a derrota.

1º clube do país em funcionamento ininterrupto

A Ponte Preta é o primeiro time de futebol fundado no Brasil em atividade ininterrupta. O mais antigo do país ainda em atividade é o Rio Grande-RS, fundado 23 dias antes, 19 de julho de 1900.

"O ano era 1900. Na cidade de Campinas, um grupo de alunos do Colégio Culto à Ciência passava suas tardes jogando bola em campos improvisados de um bairro de nome curioso: Ponte Preta. Na época, a ferrovia municipal havia construído uma ponte de madeira naquela região e a obra, para que pudesse ser melhor conservada, foi tratada com piche. Em 11 de agosto, aqueles jovens apaixonados por futebol se reuniram para fundar o que se tornaria a primeira equipe de futebol do Brasil em funcionamento ininterrupto, dona da maior torcida do interior do país", conta a Ponte Preta em seu site.

Primeira democracia racial do futebol brasileiro

A Associação Atlética Ponte Preta também se orgulha de ser a primeira democracia racial no futebol brasileiro. A equipe foi pioneira em ter cidadãos afrodescendentes em seus quadros, sem nenhum tipo de preconceito, desde a fundação do time. O clube, inclusive, já requisitou junto à Fifa o reconhecimento internacional por ter sido o primeiro time de futebol do mundo a aplicar o conceito de democracia racial.

Entre os fundadores da Ponte existiam negros e mulatos, como Benedito Aranha, por exemplo, que fez parte da primeira diretoria alvinegra. Já Miguel "Migué" do Carmo tornou-se jogador titular do primeiro elenco ponte-pretano, ainda no ano da fundação.

"Em uma época em que o conceito de racismo mal era conhecido, os rivais falavam que a torcida era formada por 'macacos', que o time era uma 'macacada'. Em vez de brigar, a torcida transformou hostilidade em bom humor e assumiu o apelido: a Ponte tem orgulho desde sempre de ser a Macaca, todos os seus torcedores amam a Macaquinha e fazem questão de ser os macacos do alambrado", diz a Ponte Preta em nota oficial em seu site.

Jogadores em Copas do Mundo

A Ponte Preta segue como clube do interior paulista que mais cedeu jogadores para a seleção brasileira em Copas do Mundo. Foram cinco convocações para os Mundiais da Argentina e da Espanha: Carlos, goleiro, em 1978 e 1982, Oscar, zagueiro, em 1978 e 1982, Polozzi, zagueiro, em 1978, e Juninho Fonseca, zagueiro, em 1982.

Vale ressaltar que, em 1978, a Ponte teve três convocados, sendo assim o clube brasileiro recordista naquela Copa, ao lado do Vasco.