Conmebol estuda mudar final da Libertadores após onda de protestos no Chile
Do UOL, em São Paulo
20/10/2019 14h23Atualizada em 20/10/2019 14h56
As manifestações que tomaram o Chile ao longo da semana preocupam a cúpula da Conmebol, que estuda mudar o palco da final única da Libertadores, em Santiago, para outra cidade. O país encontra-se em estado de emergência. Em nota oficial, divulgada hoje, a entidade diz que leva em consideração a segurança de "jogadores, clubes, torcedores e meios de comunicação envolvidos" no torneio.
"A Conmebol se encontra em permanente contato com as autoridades e demais envolvidos na realização da final única em Santiago do Chile", diz a nota.
Em entrevista ao jornal El Mercurio, o Secretário-Geral da Conmebol, Gonzalo Belloso, admitiu que a situação no país vem sendo monitorada: "É inquietante o que está acontecendo lá, mas na segunda-feira vamos analisar a situação."
O jornal questionou sobre a possibilidade de trocar a sede da final, marcada para o dia 23 de novembro. Em resposta, Belloso disse que os dirigentes devem se decidir "na reunião de amanhã".
Este é o primeiro ano que a Libertadores contará com uma final única, a exemplo do que é feito por competições promovidas pela Uefa, como a Champions League, em sede definida com mais de ano de antecedência.
Confira a íntegra da nota divulgada:
"A Conmebol reafirma seu compromisso de disputar a final única da Libertadores 2019 em data, local e hora estipulados inicialmente.
A Conmebol se encontra em permanente contato com as autoridades e demais envolvidos na realização da final única em Santiago do Chile.
Continuaremos analisando o caso e tomaremos em conta a segurança dos clubes, jogadores, torcedores e meios de comunicação envolvidos, para que o único protagonista seja o futebol sul-americano, em encontro que deve coroar o novo campeão continental."
Manifestações colocam Exército nas ruas
Os protestos no Chile se iniciaram esta semana com reclamações sobre o aumento no preço das passagens de metrô em Santiago. As manifestações tomaram conta do resto do país e logo assumiram outras demandas, com muitas críticas ao governo de Sebastián Piñera.
Hoje o Exército foi acionado para conter os manifestantes — é a primeira vez que soldados realizam uma patrulha na capital chilena desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet. A onda de protestos já deixou três mortos e diversos pontos destruídos.