Conselho do Palmeiras deve comunicar hoje renúncia de Paulo Nobre
Leandro Miranda
Do UOL, em São Paulo
01/08/2019 17h00
O Conselho Deliberativo do Palmeiras deve comunicar hoje a renúncia do ex-presidente Paulo Nobre do cargo de conselheiro vitalício do clube. Nobre enviou em fevereiro uma carta ao conselho manifestando sua intenção de se afastar definitivamente do órgão assim que terminasse o processo do caso Blackstar, no qual sua participação foi investigada por uma sindicância interna. Esse processo deve terminar hoje à noite, em reunião marcada para as 20h.
Em contato com o UOL Esporte, o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, afirmou que o conteúdo da carta será lido ao final da reunião, depois que os conselheiros votarem sobre seguir ou não o relatório da sindicância que recomenda punições a Nobre e outras três pessoas. Quando isso for feito, a renúncia do ex-presidente ao cargo de vitalício terá efeito imediato.
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Nobre enviou a carta no início do ano, quando foi convocado pela sindicância a prestar esclarecimentos. No documento, ele afirmou que não tinha a intenção de comparecer, fez críticas à atual gestão de Maurício Galiotte e anunciou que pretendia renunciar.
"Fiquem à vontade para chegarem às conclusões que forem convenientes aos interesses dos senhores, e tão logo termine essa sindicância e suas eventuais consequências, estou me retirando oficialmente deste Conselho Deliberativo, uma vez que não sinto mais a menor motivação em militar na política do clube e, como conselheiro vitalício, não posso simplesmente me licenciar", escreveu o ex-mandatário.
Após seis meses de apuração, a comissão de sindicância produziu um relatório recomendando punições a quatro conselheiros. O documento pede suspensão de um ano a Genaro Marino, ex-vice de Maurício Galiotte e que foi derrotado por ele nas eleições presidenciais do ano passado, e uma advertência a outros três nomes: Paulo Nobre, José Carlos Tomaselli e Ricardo Galassi. Os dois últimos integravam a chapa oposicionista de Genaro na eleição.
O caso começou no ano passado quando Genaro Marino levou ao clube uma proposta de patrocínio da empresa Blackstar, às vésperas da eleição presidencial, que prometia pagar R$ 1 bilhão à vista por um acordo de dez anos. Em dezembro, já depois de reeleito, Galiotte encerrou negociações com a Blackstar acusando a empresa de ter apresentado garantias bancárias falsas. Pouco depois, o Palmeiras renovou o patrocínio com a Crefisa por três anos.
A única manifestação de Nobre sobre o caso aconteceu em 14 de dezembro, por meio de seu Twitter oficial. Ele afirmou que, apesar de estar totalmente afastado da vida política do Palmeiras, apresentou o representante da Blackstar, Rubnei Quícoli, que conhecia desde 2016, a Genaro, logo após uma declaração da presidente da Crefisa, Leila Pereira, de que poderia retirar o patrocínio do clube caso a chapa de oposição fosse vitoriosa na eleição.