Boca e River na Champions? O que mudaria se a Argentina se filiasse à Uefa
As polêmicas durante a Copa América criaram rumores de que a Argentina estaria disposta a romper com a Conmebol e se filiar à Uefa. Os boatos obrigaram a entidade europeia a emitir uma nota oficial negando qualquer possibilidade de isso acontecer. Mas o que mudaria caso a ideia fosse para frente?
A mudança de confederação impactaria não só o futebol argentino, mas toda a América do Sul. Finalistas da última edição da Libertadores, Boca Juniors e River Plate deixariam de participar da competição e começariam a lutar por vaga na Liga dos Campeões e na Liga Europa.
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Vale lembrar que a Argentina tem direito a seis vagas diretas na Libertadores e outras seis na Copa Sul-Americana.
"A Fifa, em seu estatuto, permite que uma confederação aceite como membro, em circunstâncias excepcionais, uma federação que não seja sediada naquele mesmo continente. Para isso, seria necessário que a nova confederação também estivesse de acordo em receber esta nova filiação", explica Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito esportivo.
A entidade máxima do futebol, contudo, não especifica o que seriam essas "circunstâncias excepcionais". Quando em 2006 a Austrália deixou a Confederação de Futebol da Oceania e se tornou membro da Confederação Asiática de Futebol, a justificativa era de que o futebol no país tinha se desenvolvido a ponto de deixar de ser considerado amador. Por isso, uma mudança para a Ásia ajudaria na evolução.
"Muito embora, por um lado, o estatuto da Conmebol permita a saída da AFA, e por outro, o Estatuto da Fifa abra a possibilidade de deliberação sobre a filiação da AFA a outra confederação, a verdade é que não existem neste momento as chamadas 'circunstâncias excepcionais' que justifiquem a alteração", completou Carlezzo.