"Luva de Ouro" a Alisson coroa defesa e marca inédita em 30 anos na seleção
Diego Salgado e Lucas Faraldo
De UOL, em São Paulo
08/07/2019 12h00
Talvez principal trunfo da seleção brasileira na trajetória campeã da Copa América de 2019, o bom desempenho defensivo foi coroado pela premiação a Alisson com a Luva de Ouro, o troféu de melhor goleiro da competição. As estatísticas justificam o prêmio: depois de 30 anos, o Brasil voltou a ser vazado apenas uma vez no torneio.
O sistema defensivo de Tite passava ileso até os 44 minutos do primeiro tempo da final contra o Peru, quando levou gol de pênalti de Paolo Guerrero. Assim como em 1989, quando era comandada pelo técnico Lazaroni e tinha Taffarel no gol, a seleção brasileira tomou um gol em seis jogos na Copa América.
Em 2019, Alisson passou sete jogos seguidos sem sofrer gols: cinco pela Copa América e dois amistosos, contra Qatar e Honduras. Antes do gol de Guerrero, que saiu após uma marcação de pênalti polêmica, o goleiro tinha sido vazado no duelo com a República Tcheca, em março. Pavelka marcou aos 37 minutos do primeiro tempo. No total, foram 727 minutos de invencibilidade.
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Premiado individualmente, Alisson também foi protagonista na classificação às semifinais defendendo uma cobrança durante a disputa de pênaltis contra o Paraguai. O goleiro do Liverpool chegou à Copa América com moral graças ao título da Liga dos Campeões conquistado dias antes de se apresentar à seleção brasileira e tido como candidato a protagonista principalmente após o corte de Neymar.
Na Copa América, Alisson contou com o bom entrosamento da dupla Thiago Silva e Marquinhos, cada vez mais consolidada na seleção brasileira. Seguros, os jogadores do Paris Saint-Germain ajudaram a seleção na busca pela solidez defensiva, um dos principais objetivos da linha de trabalho do técnico Tite.
"Eu sempre tive a confiança grande de quem trabalha ao meu lado. Especificamente falando de Tite, Taffarel, o Dunga também, tenho muita gratidão por ele. Pessoas que me colocaram para jogar", disse Alisson em entrevista à Rede Globo.
O goleiro também lembrou da derrota na Copa América 2016, ainda na primeira fase, para a seleção peruana, quando ele dava seus primeiros passos como titular da seleção brasileira.
"Naquele momento foi um resultado que marcou todo mundo, a mim, todo o grupo. A derrota sempre marca muito, mas a vitória marca muito mais. Jogadores têm história de superação, a minha não foi diferente. Sempre trabalhei quieto, focado, não respondi a ninguém. Sofri muitas críticas, mas não me vitimizo por causa disso, porque faz parte do futebol, sou goleiro da seleção brasileira. A cobrança é por vitória", ressaltou.
Além de Alisson, também saíram de campo com troféus particulares, ontem (7), no Maracanã, o atacante Everton Cebolinha, artilheiro (Chuteira de Ouro), e o lateral-direito Daniel Alves, melhor jogador da Copa América (Bola de Ouro). A seleção brasileira, além da taça de campeã, ficou com o troféu de Fair Play.
Gols sofridos pelo Brasil nas últimas edições de Copa América
2019: 1 gol (6 jogos)
2016: 2 gols (3 jogos)
2015: 4 gols (4 jogos)
2011: 4 gols (4 jogos)
2007: 5 gols (6 jogos)
2004: 6 gols (6 jogos)
2001: 4 gols (4 jogos)
1999: 2 gols (6 jogos)
1997: 3 gols (6 jogos)
1995: 3 gols (6 jogos)
1993: 4 gols (4 jogos)
1991: 8 gols (7 jogos)
1989: 1 gol (6 jogos)