Como a dúvida por Arthur pode afetar a seleção brasileira na Copa América
Bruno Grossi, Danilo Lavieri, Marcel Rizzo e Pedro Lopes
Do UOL, em São Paulo
11/06/2019 12h00
Arthur está confiante que não precisará ser cortado da Copa América por uma lesão no joelho direito, mas segue como motivo de preocupação para a seleção brasileira. Afinal, o volante é dúvida para a estreia contra a Bolívia, às 21h30 de sexta-feira (14) no Morumbi, e sua ausência pode fazer com que Tite altere um pouco a forma de jogar do Brasil.
O técnico já definiu o jogador do Barcelona como um "articulador posicional". Isso significa que Arthur, alinhado a Casemiro no meio de campo, consegue armar a seleção desde o campo de defesa. Assim, Philippe Coutinho, que é de fato o meia armador, não precisa voltar o tempo todo para comandar a saída de bola.
Ele reprograma passe, só vira o tornozelo para dar um passe e induz o adversário a fazer uma marcação e dá uma finta com a mudança de lado
Tite, sobre Arthur
Se Arthur não se recuperar da pancada no joelho direito, sofrida durante o amistoso contra Honduras no último domingo, Tite deve optar pela entrada de Allan na equipe titular. Embora o atleta do Napoli, da Itália, também seja um segundo volante, há uma mudança natural de característica. No lugar do jogo posicional entra o vigor físico para infiltrações e tabelas.
Tem transição, rodinha no pé, "box to box", infiltrações, rompe, tem mobilidade. Traz consistência defensiva com chegada à frente
Tite, sobre Allan
Com a possível entrada de Allan, pelo menos para a estreia contra a Bolívia, Coutinho teria novamente a necessidade de recuar e organizar a saída de bola. O que não seria afetada a princípio é a nova estratégia de Tite por uma marcação mais adiantada, sufocando o adversário. Isso, aliás, pode ser intensificado pela agressividade maior de Allan.
Há ainda a possibilidade de Fernandinho ganhar o posto de Arthur. Nesse caso, a seleção também ganharia em imposição física, mas mudaria ainda mais a forma de organizar as jogadas. Fernandinho é mais próximo de Casemiro nesse aspecto, com especialidade em passes mais longos e sem tanta chegada na área. Por outro lado, os laterais ganhariam ainda mais liberdade pelo aumento na força de marcação.