Inter traça plano e define caminhos para se recuperar de déficit recorde
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
03/05/2018 04h00
O déficit recorde divulgado no balanço financeiro das contas do Inter, no início desta semana, preocupou dirigentes e torcedores. Os números, que apontam R$ 62,5 milhões negativo ao fim de 2017, demandaram um plano que aposta na venda de jogadores para reverter o quadro.
Ainda no documento apresentado pelo Inter, há um detalhamento das alternativas que estão sendo postas em prática neste ano para ao menos amenizar a crise financeira. E a primeira delas nem requer esforço.
Com a volta à Série A, o Internacional já receberá valor maior de cotas de televisão, tendo ao menos algum fôlego financeiro. Na esteira disso pretende conseguir, até o fim do ano, dois novos patrocinadores elevando em 14% a verba de publicidade.
A segunda meta já elencada pelo clube também se refere à mudança de divisão. Com a equipe em crise e na Série B, o Inter se obrigou a repetir promoções para contar com boa presença de público nos jogos. Não foram poucos momentos que os ingressos custaram apenas R$ 10. E isso, mesmo que tenha aumentado a taxa de ocupação do Beira-Rio, diminuiu a renda.
A política já está sendo alterada neste ano, com valor do bilhete mais alto (a partir de R$ 50 para não sócios). Desta forma, o clube espera ter um acréscimo de ao menos 34% em bilheteria na comparação com o ano passado.
No ano passado, o Internacional ainda reduziu as despesas administrativas em 20%, cortando cargos e enxugando o funcionamento do clube. O plano, de acordo com o demonstrativo financeiro, é seguir cortando neste ano.
Por fim, o principal objetivo e que pode recuperar mais recursos para o clube diminuir o déficit impressionante da temporada passada é a venda de jogadores. Apenas R$ 16,8 milhões da venda do lateral direito William ao Wolfsburg, da Alemanha, foram recebidos em 2017. E a previsão é de aumentar em 127% este valor.
Assim, pularia para R$ 36 milhões o valor arrecadado. Isso, somado aos valores de direitos de formação e empréstimos, atingiria a meta de R$ 40 milhões previstas no orçamento apresentado no início deste ano.
Contudo, faltam propostas. William Pottker é o predileto para ser negociado e o valor solicitado por ele bate a casa dos 12 milhões de euros (R$ 50 milhões). Outro que pode ser negociado é Rodrigo Dourado. Mesmo com algumas sondagens, nenhuma oferta oficial foi apresentada.