Grupos de Neymar, Cavani e franceses. Como é a divisão do vestiário do PSG
João Henrique Marques
Do UOL, em Paris
13/03/2018 04h00
Com a chegada de Neymar no Paris Saint-Germain uma divisão no vestiário do time foi criada. Jogadores comentam não ter clima de inimizade, mas a união passa longe de um grupo marcado por “panelas” entre franceses, brasileiros e outros sul-americanos.
No elenco são 25 jogadores em um relacionamento marcado pela dificuldade na comunicação. O UOL Esporte traça um perfil dos grupos criados no vestiário do PSG.
A "panela" de Neymar
O que parecia claro aconteceu. Um grupo formado por Neymar, Marquinhos, Thiago Silva e Daniel Alves ganhou força com o passar do tempo, mas se fechou. Encontro do quarteto em Paris passou a ser frequente e o idioma português é utilizado no vestiário por conta da não compreensão de Neymar e Daniel Alves da língua francesa.
Aqui cabe o destaque de que o goleiro alemão Kevin Trapp é figura querida da “panela brasileira". Namorado da modelo brasileira, Izabel Goulart, ele se relaciona em programas de casal entre os jogadores e tem fluência no idioma português.
O relacionamento dos brasileiros com os demais jogadores do grupo é considerado bom entre eles. No entanto, os encontros fora do vestiário são raros. Uma das poucas ocasiões de união entre todos foi o aniversário de Neymar comemorado em fevereiro em Paris. Nessa festa até o isolado treinador Unai Emery participou.
A força francesa
13 dos 25 jogadores do elenco do PSG são franceses. A maioria, claro, deixa o grupo com grande força. Entre os titulares mais frequentes estão Areola, Rabiot e Mbappé.
Contam os jogadores brasileiros que o grupo francês tem característica exibicionista e defendem que o zagueiro Kimpembé, o lateral esquerdo Kurzawa e o volante Lassana Diarra também devem ser titulares na equipe.
Como nenhum dos jogadores se expressa em outro idioma, a panela francesa passa como incompreensível para o restante pela fala rápida e carregada de gírias.
A turma de Cavani
No começo da temporada, quando teve atrito com Neymar, o atacante Cavani não esteve isolado. Di Maria, Pastore, Lo Celso e Berchiche eram considerados aliados. Uma panela entre outros sul-americanos (com a presença do espanhol Berchiche) foi criada.
A dificuldade de relacionamento com Cavani é antiga no PSG. O uruguaio não costuma marcar presença em festas do grupo. Di Maria e Pastore são considerados grandes amigos do uruguaio. Os três costumam frequentar restaurantes juntos em Paris.
Internamente, a panela faz constante ameaça de deixar o clube pela fraqueza de vestiário. Deles, apenas Cavani é titular absoluto. Mesmo assim, o uruguaio tem moral baixa com a diretoria e também pensa em transferência.
O boa praça
O italiano Marco Verratti é o brincalhão do vestiário. O jogador é considerado o único de ótimo relacionamento em todos os grupos.
O volante tem a vantagem de saber se comunicar em francês e espanhol. Contam os brasileiros que até mesmo as conversas em português ele é capaz de entender.
O anti-panela
No vestiário dividido do PSG, o brasileiro Thiago Motta é quem destoa. O jogador tem pouco vínculo com qualquer outro jogador e não participa nem mesmo das reuniões com a turma de Neymar.
O volante, que é naturalizado italiano e já defendeu a Azurra, tem caráter autoritário e não gosta de se envolver em fofocas entre os jogadores. Discussões com Thiago Motta são consideradas frequentes. Apesar disso, o respeito pelo jogador de 35 anos é grande internamente. Thiago Motta é um porta-voz do elenco.
O deslocado
A figura do alemão Julian Draxler no vestiário do PSG é rara. Um jogador isolado, com poucos amigos e sem relação fora de campo.
O meia vive com a família em Paris e é considerado caseiro. O idioma alemão, claro, dificulta no relacionamento – Draxler faz aulas de francês.
No grupo de Neymar, Draxler transita pouco, mas carrega grande respeito. A opinião geral da "panela brasileira" é de que o alemão tem técnica apurada e merece ser titular do time – Aqui, Cavani perderia o posto e Mbappé atuaria como centroavante -.